Bebê de 10 meses é morto pelo padrasto em Monte Mor; suspeito confessou
Padrasto confessa morte de bebê de 10 meses em Monte Mor

A cidade de Monte Mor, no interior de São Paulo, foi palco de um crime que chocou a região. Um bebê de apenas dez meses foi encontrado morto na zona rural no último domingo (30). A Polícia Civil informou que o corpo da criança apresentava diversas marcas de violência.

Versão forjada de sequestro e a verdade revelada pelas câmeras

O principal suspeito, identificado como o padrasto da criança, Gustavo Henrique da Silva, de 30 anos, montador, foi preso após confessar o crime. Inicialmente, ele tentou forjar um sequestro. Gustavo relatou aos policiais militares que, por volta das 20h30 de sábado (29), saiu para passear a pé com o bebê no bairro Terras de Santo Antônio, em Hortolândia.

Ele afirmou que dois homens em uma moto teriam parado, feito ameaças e levado a criança. Disse ainda que voltou para casa para pedir ajuda e saiu com sua caminhonete para procurar os supostos sequestradores, sem sucesso.

No entanto, imagens de câmeras de segurança próximas à casa da família desmentiram completamente sua história. Nas gravações, Gustavo aparece saindo sozinho para o passeio, seguindo o trajeto descrito e retornando da mesma forma, sem qualquer abordagem. Em seguida, é visto saindo novamente, agora com a caminhonete, e voltando pouco tempo depois.

Confissão e prisão em flagrante

Diante das inconsistências, os policiais contaram com o apoio do Canil da Guarda Municipal de Monte Mor. Um cão farejador especializado em localizar pessoas foi acionado. Durante uma vistoria na caminhonete de Gustavo, os agentes encontraram manchas de sangue no painel e no banco do veículo.

Questionado, o suspeito deu uma explicação inverossímil: afirmou que o bebê costumava morder a própria língua quando ficava nervoso, o que teria causado o sangramento. A pressão das evidências, porém, o fez confessar.

Gustavo revelou à Polícia Civil que estava "brincando, jogando a criança para cima, quando ela desacordou". Ele disse ter pensado em levar o bebê ao hospital, mas decidiu abandonar o corpo em um local isolado para "evitar responsabilidade". Com a confissão, ele foi preso em flagrante. O delegado de plantão solicitou à Justiça a conversão da prisão em preventiva.

Laudo pericial e posição da defesa

Agora, o laudo da perícia será crucial para indicar se as marcas de violência encontradas no corpo do bebê foram provocadas no momento da morte ou se a criança já era vítima de maus-tratos crônicos. A Polícia Civil destacou que não havia nenhum histórico anterior de denúncias de violência envolvendo a família.

A defesa de Gustavo Henrique da Silva emitiu uma nota. O advogado sustenta que o ocorrido foi um fato sem intenção, configurando homicídio culposo. A defesa afirmou: "Nosso compromisso é com a verdade e com o devido processo legal. O caso é extremamente sensível, envolve dor e repercussão social, mas é fundamental lembrar que a investigação ainda está em andamento e não há sentença definitiva... A família, assim como a sociedade, merece a verdade".

O g1 questionou o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) sobre o resultado da audiência de custódia do acusado, aguardando retorno.