Ex-companheiro espanca mulher com pauladas em Caraíva; caso é investigado como tentativa de feminicídio
Mulher espancada pelo ex em Caraíva; caso é tentativa de feminicídio

Uma jovem de 24 anos foi vítima de uma brutal agressão cometida pelo ex-companheiro no distrito de Caraíva, em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. O crime, ocorrido na tarde da última segunda-feira (15), na Aldeia Xandó, está sendo investigado como tentativa de feminicídio pela Polícia Civil.

Detalhes da agressão e fuga da vítima

Segundo o relato da mulher à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), a agressão aconteceu quando ela arrumava seus pertences para deixar a casa que dividia com o suspeito, após o fim do relacionamento, que durou cerca de dois anos. O homem a surpreendeu e iniciou uma série de ataques utilizando pauladas.

A vítima sofreu ferimentos graves na cabeça e um corte profundo, mas, mesmo em estado crítico, conseguiu fugir do local e buscar abrigo na casa de amigas. Ela relatou que o socorro demorou a chegar. Inicialmente atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Trancoso, devido à gravidade das lesões, precisou ser transferida para um hospital da região.

Humilhação e prisão preventiva decretada

O caso ganhou contornos ainda mais cruéis com o relato da vítima. Após as agressões, o suspeito teria gravado vídeos da mulher ferida com o objetivo de humilhá-la. Em seguida, ele queimou roupas dela, também registrando as imagens.

Com base nas evidências coletadas, a Polícia Civil solicitou a prisão preventiva do agressor. A Justiça deferiu o pedido na quinta-feira (18), e equipes policiais foram mobilizadas para cumprir o mandado. O investigado já responde a outros inquéritos por crimes de ameaça e lesão corporal no âmbito da violência doméstica, envolvendo diferentes vítimas.

Repercussão e ações tomadas

A Prefeitura de Porto Seguro emitiu uma nota informando que não tolera violência contra a mulher. Foi esclarecido que o suspeito não possui vínculo atual com a administração municipal, mas que já trabalhou para a prefeitura. No momento do crime, ele atuava como motorista de uma empresa terceirizada do transporte público local, e seu afastamento das atividades foi determinado após o caso vir à tona.

A gestão municipal afirmou ainda ter acionado a rede de proteção para oferecer acolhimento e assistência à vítima. Enquanto isso, a Polícia Civil segue com as investigações para concluir o inquérito e encaminhá-lo ao Ministério Público.