Um caso de feminicídio chocou a zona rural de Bujari, no interior do Acre, no domingo (30). Josie Silva da Costa, de 42 anos, foi assassinada a tiros de espingarda pelo próprio companheiro, Gilberto da Cruz Ribeiro, de 50 anos. O crime aconteceu no Ramal Samaúma, e o suspeito foi preso ainda no mesmo dia, após confessar a autoria.
Crime ocorreu durante tentativa de fuga
De acordo com o delegado Bruno Coelho, que conversou com o g1, o homem havia ingerido bebidas alcoólicas durante todo o dia. A vítima foi morta quando tentava fugir do agressor, saltando por uma janela. Ela estava na parte externa da casa, tentando se afastar, quando foi atingida. Josie não resistiu aos ferimentos e morreu no local, antes mesmo da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Após cometer o crime, o acusado cobriu o corpo da companheira com um lençol. "Ele foi encontrado pelos policiais dormindo ao lado do corpo, na casa em que residia com a vítima", relatou o delegado.
Suspeito tentou eliminar testemunha
O caso ganhou contornos ainda mais graves quando, logo após o assassinato, Gilberto Ribeiro saiu em busca de um vizinho que havia presenciado o crime. Ele encontrou o homem, que voltava para casa após ver o acontecido, e o ameaçou de morte.
"Ao encontrar o homem, ele o ameaçou e disse que ele [testemunha] seria o próximo [a ser morto]", explicou Bruno Coelho. O suspeito então efetuou disparos contra o vizinho, numa tentativa clara de eliminar a testemunha. O tiro, contudo, não o atingiu, e os dois entraram em uma luta corporal. O vizinho conseguiu desarmar Ribeiro, que, segundo a polícia, voltou para dentro da casa após o confronto.
Prisão e versões contraditórias
Foi esse mesmo vizinho quem encontrou o corpo de Josie e acionou a Polícia Militar. Ao chegarem ao local, os militares encontraram a casa revirada e o suspeito adormecido. Ele reagiu à abordagem e precisou ser contido pelos agentes.
Quando preso, Gilberto Ribeiro confessou o assassinato da companheira, alegando que o motivo foi uma discussão. No entanto, ele apresentou uma versão diferente para as autoridades, argumentando ter sido atacado primeiro por Josie, que usaria uma arma branca. A polícia investiga essa alegação.
O suspeito tem passagem pela polícia por homicídio, o que agrava seu histórico perante a Justiça. O delegado resumiu: "Segundo o vizinho, o suspeito efetuou disparos contra ele também e o ameaçou de morte. Mas estamos investigando essa situação, pois o autor nega".
O caso reforça o alarmante cenário de violência contra a mulher no estado. Este é mais um feminicídio registrado no Acre em 2025, somando-se a outros três casos já ocorridos no primeiro semestre, conforme noticiado anteriormente.