Marido confessa crime após três décadas de união
Um caso de feminicídio chocou a cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, nesta semana. Marcelo Fernandes, de 57 anos, confessou ter assassinado sua esposa, a empresária Cláudia Cristina da Silva Fernandes, de 53 anos, após mais de 30 anos de casamento.
O crime aconteceu no domingo (16), mas só foi confessado na terça-feira (18), quando Marcelo se apresentou à polícia acompanhado de um advogado. Ele estava foragido desde o dia do assassinato e tinha um mandado de prisão temporária aberto contra si.
Detalhes do crime revelados por câmeras de segurança
As câmeras de segurança do condomínio onde o casal morava, no bairro nobre Gilberto Machado, registraram toda a movimentação do suspeito antes e depois do crime. As imagens mostram uma sequência precisa dos acontecimentos:
- 00:38 - Cláudia Cristina deixa o condomínio em um Corolla
- 00:52 - Marcelo sai do mesmo local na Hilux que pertencia à filha do casal
- 01:59 - Marcelo retorna ao condomínio, escondendo as mãos
- 02:29 - Marcelo sai do condomínio em seu carro Strada, com outras roupas e carregando uma sacola
Segundo o delegado Felipe Rivas, responsável pela investigação, as imagens de segurança foram cruciais para reconstituir a dinâmica do crime.
Relacionamento conturbado e processo de separação
A família revelou à polícia que Cláudia Cristina e Marcelo estavam em processo de separação e tinham um relacionamento marcado por conflitos. Testemunhas relataram que o marido teria dito à vítima: "Não falei que ia te pegar?" pouco antes do crime acontecer.
O corpo da empresária foi encontrado ao lado de um carro em uma área de mata no bairro IBC. A vítima apresentava sinais de violência e a suspeita inicial é que tenha sido atropelada. A Polícia Científica ainda investiga se houve outras agressões para determinar a causa exata da morte.
Caminho da fuga e evidências
Após o crime, Marcelo deixou a caminhonete branca - que pertencia à filha do casal - na garagem do prédio da jovem. O veículo estava com marcas de sangue e fios de cabelo, segundo a Polícia Militar.
O suspeito então fugiu em seu próprio carro, indo até sua empresa e depois abandonando o veículo em Alto Pongal, em Anchieta, também no Sul do estado. As câmeras de segurança registraram sua passagem pelo local com a mesma roupa vista nas imagens do condomínio.
O delegado Vivas destacou que as evidências são robustas e apontam consistentemente para a autoria do marido. A polícia agora aguarda os laudos periciais, incluindo exame cadavérico, análise de DNA e vestígios encontrados no veículo.
O velório e enterro de Cláudia Cristina aconteceram no próprio domingo (16), mesmo dia do crime, em Cachoeiro de Itapemirim. A comunidade local ficou chocada com a violência do caso, especialmente considerando os mais de 30 anos de união do casal.