
Era pra ser mais uma noite comum em Anapurus, interior do Maranhão. Mas o que começou como uma discussão entre casal terminou em sangue — e deixou uma família despedaçada. Aos 22 anos, Maria* (nome fictício) não imaginava que seu último dia seria marcado pela violência de quem jurou amá-la.
Segundo testemunhas, tudo aconteceu rápido demais. O companheiro da vítima, um homem de 25 anos, pegou uma espingarda e disparou contra a jovem em um acesso de fúria. O barulho ecoou pela vizinhança, mas quando chegaram, já era tarde.
O que aconteceu depois?
O suspeito, em vez de fugir, decidiu encarar seu próprio fim. Tentou se matar ali mesmo — um ato desesperado que, segundo especialistas, é comum em casos de feminicídio. "É como se o agressor entendesse que não há volta", comenta uma psicóloga criminal que prefere não se identificar.
O corpo da jovem foi encontrado no chão da casa simples onde moravam. Ele, ainda com vida, mas em estado gravíssimo. Os dois foram levados ao hospital, mas só um sobreviveu: o assassino. Ironia cruel ou justiça divina? Difícil dizer.
Números que doem
- Anapurus registrou 3 feminicídios nos últimos 2 anos
- O Maranhão está entre os 5 estados com mais casos no Nordeste
- 70% das vítimas tinham histórico de denúncias contra o agressor
Vizinhos contam que o casal tinha "brigas frequentes", mas ninguém imaginava que chegaria a isso. "Ela era tão jovem...", lamenta Dona Marta, moradora da rua que preferiu não dar o sobrenome. O silêncio agora pesa mais que os gritos de antes.
A polícia trabalha no caso como feminicídio — embora o principal suspeito esteja entre a vida e a morte. Se sobreviver, enfrentará a Justiça. Se morrer, deixará perguntas sem resposta e uma família destruída.
*Nome alterado para preservar a identidade da vítima