A Polícia Civil de São Paulo abriu investigação para apurar as causas de um incêndio devastador que resultou na morte de três pessoas, um cão e um gato, em um apartamento localizado em Piracicaba. O fato ocorreu no último domingo e, segundo o delegado responsável, existem indícios que levantam a suspeita de crime.
Duas linhas de investigação
O delegado José Donizeti de Melo explicou que as investigações seguem por dois caminhos principais. Inicialmente, a hipótese considerada era de um acidente. A perícia técnica identificou que o fogo começou na varanda do imóvel, local onde havia uma lamparina, roupas e papéis em grande quantidade. A inalação de fumaça tóxica proveniente da queima desses materiais é apontada como a provável causa das mortes.
No entanto, uma nova linha de investigação surgiu após o chefe de polícia ouvir moradores e o síndico do condomínio na manhã de segunda-feira, dia 22. "Descobrimos que houve discussões do casal no dia anterior. Há um precedente de informação de que a moradora já havia ameaçado o marido de morte, inclusive citando que colocaria fogo no apartamento", revelou o delegado Melo. Esses depoimentos levaram os investigadores a considerar a possibilidade de o incêndio ter sido criminoso.
Detalhes da tragédia
O Corpo de Bombeiros foi acionado às 10h36 de domingo para atender a ocorrência no Condomínio Villa Serena, no bairro Água Branca. O fogo consumiu o apartamento 146, situado no 14º andar do edifício de 15 pavimentos. Quinze bombeiros trabalharam para controlar as chamas, que foram dominadas no início da tarde.
As vítimas fatais foram identificadas como Lineu Peixoto dos Santos Júnior, de 47 anos, Thais Fernanda de Oliveira Matías, de 41, e Maria Eduarda de Oliveira Corder, de 18 anos. Os corpos foram encontrados em cômodos diferentes da residência. A família havia chegado de um evento na madrugada e, supostamente, estaria dormindo no momento do incidente.
Consequências e danos
Além das três mortes, o incidente deixou outras vítimas. Duas jovens inalaram fumaça, receberam atendimento médico e passam bem. Um policial militar também se feriu no braço ao prestar auxílio durante o resgate. O apartamento do 15º andar, localizado acima do foco do incêndio, também foi afetado, mas foi liberado pela Defesa Civil na segunda-feira.
Os moradores do prédio tiveram que pernoitar sem acesso a gás encanado e elevadores, mas os serviços foram restabelecidos na manhã seguinte. O condomínio, que conta com itens de lazer como spa, cinema e piscina aquecida, possui portas corta-fogo e atende às exigências da brigada de incêndio.
A perícia técnica ainda não concluiu o laudo oficial sobre a origem do fogo. Enquanto isso, a Polícia Civil continua a investigar as duas hipóteses: um trágico acidente ou um crime premeditado, à luz das ameaças relatadas pelos vizinhos.
