Em uma cena que chocou a comunidade de Imperatriz, no interior do Maranhão, um homem foi preso em flagrante após ameaçar sua ex-companheira durante o velório de uma vítima de feminicídio. O caso ocorreu na noite desta segunda-feira (28) e expõe a cruel realidade da violência contra mulheres na região.
Cena de terror durante luto
Testemunhas relataram que o agressor, identificado como José Ribamar Silva Sousa, de 37 anos, invadiu o local do velório e começou a fazer ameaças diretas contra sua ex-companheira. O clima já era de profunda comoção pela morte trágica da jovem vítima de feminicídio quando a situação se agravou.
"Ele chegou gritando, dizendo que iria matá-la, que ela não escaparia", contou uma das pessoas presentes ao local. O desrespeito ao momento de luto deixou todos em estado de choque.
Rápida ação policial evita tragédia maior
A Polícia Militar foi acionada imediatamente e prendeu o homem em flagrante delito. De acordo com o tenente Fábio Silva, que coordenou a operação, o agressor estava visivelmente alterado e foi contido antes que pudesse concretizar suas ameaças.
"Esse tipo de situação nos mostra o quanto ainda precisamos avançar no combate à violência contra a mulher", declarou o oficial. "O fato de acontecer justamente durante o velório de outra vítima dessa violência torna o caso ainda mais simbólico e preocupante."
Ciclo de violência que preocupa autoridades
O caso ocorre em um contexto alarmante para o Maranhão, estado que registra altos índices de violência de gênero. Especialistas alertam que situações como esta demonstram a necessidade urgente de políticas públicas mais efetivas de proteção à mulher.
Dados recentes mostram que o Brasil registra um caso de feminicídio a cada sete horas, e muitos desses crimes são precedidos por ameaças e agressões que, se fossem devidamente investigadas e punidas, poderiam evitar desfechos trágicos.
O que diz a lei
Ameaça é crime previsto no artigo 147 do Código Penal, com pena que pode variar de um a seis meses de detenção. Quando praticada no contexto de violência doméstica, as penas podem ser agravadas conforme a Lei Maria da Penha.
O preso foi encaminhado à Delegacia de Plantão e permanece à disposição da Justiça. A vítima recebeu medidas protetivas de urgência e está sendo acompanhada pela rede de proteção à mulher do município.