Era pra ser um dia de festa. Bolo, presentes, aquela cerveja gelada com os amigos. Mas o que começou como comemoração terminou em tragédia no subúrbio de Salvador. Matheus (nome fictício), 27 anos, não imaginava que seu aniversário seria também o último dia de sua vida.
Por volta das 23h, a briga começou com um pedido aparentemente simples: "Mostra suas mensagens". Só que pra ele, aquilo era a gota d'água. Já vinha sofrendo cobranças excessivas há meses. "Não é não", respondeu, firme. Duas horas depois, estava morto com três facadas no peito.
O crime que chocou o bairro
Vizinhos contam que os gritos eram tão altos que dava pra ouvir três ruas adiante. "Parecia cena de filme", disse Dona Maria, 65 anos, que acordou com o barulho. A polícia chegou a encontrar a arma do crime - uma faca de cozinha comum - jogada no quintal ao lado.
Curiosamente, o casal não tinha histórico de violência física. "Ela era do tipo controladora, mas nunca tinha partido pra agressão", revelou um amigo da vítima, que pediu pra não ser identificado. Psicólogos ouvidos pela reportagem alertam: o ciúme patológico muitas vezes é o primeiro passo para tragédias como essa.
Privacidade x controle: onde traçar o limite?
Especialistas em relacionamentos são unânimes: exigir acesso total ao celular do parceiro é sinal vermelho. "Não se trata de ter segredos, mas de respeitar espaços individuais", explica a terapeuta conjugal Ana Lúcia Mendes. O caso reacendeu o debate nas redes sociais - enquanto alguns defendem "transparência total", outros veem a invasão de privacidade como forma de abuso emocional.
Agora, a família tenta entender como uma discussão banal terminou em assassinato. Enquanto isso, a acusada aguarda julgamento na cadeia feminina. Se condenada, pode pegar até 30 anos. Uma vida perdida, outra destruída - tudo por mensagens que ninguém jamais lerá.
