
A noite de quarta-feira (20) em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi marcada por uma cena de horror que parece saída de um pesadelo. Por volta das 23h, a rotina do Hospital Municipal de Betim foi violentamente interrompida pela chegada de um carro em alta velocidade. Do veículo, um homem arrastou uma mulher ensanguentada e a deixou — ainda com vida, mas gravemente ferida — no chão do estacionamento, antes de fugir como um covarde pela madrugada.
O que se seguiu foi um frenesi de profissionais de saúde tentando salvar uma vida. A vítima, uma mulher de 33 anos, apresentava um disparo à queima-roupa na cabeça. Sim, você leu certo. Na cabeça. O tiro foi dado a centímetros de distância, num ato de brutalidade quase inacreditável.
Segundo relatos colhidos pela polícia, testemunhas conseguiram anotar a placa do carro usado pelo suspeito — um Gol de cor prata. Essa foi a pista crucial. A viatura foi localizada horas depois, abandonada num bairro da cidade. No interior do carro, a polícia encontrou vestígios de sangue e uma arma de fogo, possivelmente a mesma usada no crime.
O Suspeito e a Vítima: Uma História Conhecida
Aqui é onde a coisa fica ainda mais arrepiante. A polícia não precisou de muito para identificar o suspeito. Ele era, nas palavras de um dos investigadores, "alguém do convívio íntimo da vítima". Traduzindo: companheiro ou ex-companheiro. Um homem de 36 anos que, até aquele momento, dividia o mesmo teto que ela.
Não foi um crime aleatório. Foi um ataque calculado, premeditado. A motivação? Brigas constantes, ciúmes doentios, o velho e conhecido caldo que fermenta a violência doméstica. Ele está foragido, mas a polícia já tem o nome dele e a certeza de que se trata de uma tentativa de feminicídio.
Estado de Saúde: Uma Luta pela Vida
A mulher, cuja identidade foi preservada, foi transferida de urgência para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, referência em traumas. Seu estado é considerado gravíssimo. Os médicos lutam para estabilizá-la, mas o prognóstico, é bom dizer, é incerto. Um tiro na cabeça não é brincadeira — é uma tentativa clara de aniquilar.
Enquanto isso, a Polícia Militar trabalha em várias frentes. Além de apreender o carro e a arma, eles buscam imagens de câmeras de segurança que possam ter capturado a fuga do homem. A expectativa é que ele seja capturado em breve, pois dificilmente teria para onde correr.
É um daqueles casos que fazem a gente perder a fé na humanidade. Mas também serve de alerta máximo: a violência contra a mulher não dá trégua. Ela acontece dentro de casa, à noite, nas mãos de quem prometeu amor. E termina num estacionamento de hospital, com um tiro na nuca e uma fuga covarde.