Era uma tarde comum no Sul do Piauí quando a vida de uma mulher foi brutalmente interrompida. Agora, meses depois, a justiça finalmente falou mais alto - e a sentença é pesada.
O Tribunal de Justiça do Piauí acaba de confirmar uma condenação que vai fazer muitos refletirem: 23 longos anos de prisão para Valdemir Alves de Oliveira. O crime? Feminicídio qualificado seguido da tentativa desesperada de esconder o corpo da vítima.
Os detalhes que arrepiam
Segundo os autos do processo - e aqui os detalhes são realmente perturbadores - tudo aconteceu naquele fatídico 28 de agosto de 2020. Valdemir, movido por quem sabe quais demônios interiores, ceifou a vida de Maria Cícera Alves de Oliveira. Mas não contente com o horror já praticado, decidiu esconder seus rastros.
O corpo da vítima foi levado para uma área rural de Bom Jesus, cidade onde o drama se desenrolou. Lugar ermo, distante, onde talvez julgasse que ninguém encontraria. Que engano grotesco.
A justiça não dorme
A 2ª Vara da Comarca de Bom Jesus, sob o comando do juiz Rafael Moreira Alves, não deixou dúvidas. A pena original era de 22 anos, mas olha só como a justiça é minuciosa: aumentou para 23 anos após análise do caso.
E tem mais - o condenado vai ter que pagar uma multa de 30 dias-multa, calculada em um décimo do salário mínimo vigente na época do crime. Parece pouco perto da perda de uma vida? Talvez, mas é a lei seguindo seu curso.
O que mais choca nesses casos - e aqui falo como quem já viu muitas histórias tristes - é a frieza de tentar fazer um ser humano simplesmente desaparecer. Como se uma vida pudesse ser apagada como um erro a lápis.
Um recado claro
Esta sentença manda um recado forte para o Piauí e para o Brasil. Crimes contra mulheres não ficarão impunes. A justiça pode até demorar, mas chega.
Enquanto Valdemir inicia seus 23 anos de reclusão, a família de Maria Cícera tenta reconstruir o que foi destruído. Não há pena que traga de volta uma filha, uma irmã, uma amiga. Mas talvez haja algum consolo na certeza de que quem tirou sua vida pagará por isso.
O caso serve como alerta sombrio - a violência contra a mulher continua sendo uma chaga em nossa sociedade. E enquanto houver um único caso como este, precisaremos falar sobre isso. Sem medo, sem rodeios.
