Feminicídio em Goiás: Ex-marido mata técnica de enfermagem a tiros após ameaças
Ex mata técnica de enfermagem a tiros em Goiás após ameaças

Uma técnica de enfermagem de 38 anos foi vítima de feminicídio no último sábado (29), em Rio Verde, no sudoeste de Goiás. Rosilene Barbosa do Espírito Santo foi assassinada a tiros pelo ex-companheiro, Edis Ramos Mandacari, de 36 anos, em frente a uma distribuidora de bebidas. O crime ocorreu mesmo após a vítima ter registrado Boletim de Ocorrência por ameaça e violência doméstica e solicitado medida protetiva de urgência.

Histórico de ameaças e violência

De acordo com o delegado Adelson Candeo, responsável pelas investigações, o casal mantinha um relacionamento de 15 anos, marcado por ofensas e agressões. Em documento obtido pela polícia, Rosilene relatou que, no dia 25 de novembro, Edis estava alterado e não aceitava o fim do relacionamento. Ele a ameaçou de morte, dizendo que preferia matá-la e depois se suicidar a aceitar a separação.

Na mesma ocasião, o agressor chegou a enforcar a vítima e tomar seu celular. Com medo, Rosilene conseguiu fugir pulando o muro para a casa de uma vizinha, de onde acionou a polícia. Para se proteger, ela passou a morar temporariamente na casa de uma amiga.

O crime filmado pelas câmeras de segurança

O assassinato foi registrado por câmeras de segurança. Nas imagens, Rosilene aparece na calçada, mexendo no celular. Subitamente, um homem vestindo uma camisa verde se aproxima e dispara pelo menos quatro tiros à queima-roupa. Após a vítima cair no chão, o agressor se afasta do local, ainda portando a arma.

Segundo as investigações, Edis provavelmente estava monitorando os movimentos da ex-companheira e a seguiu até a distribuidora de bebidas, que ficava perto da residência da amiga onde ela se abrigava.

Suicídio do agressor e filho do casal

Após cometer o feminicídio, Edis Ramos Mandacari tirou a própria vida, conforme confirmou a polícia. O casal, natural do Mato Grosso, tinha um filho de 12 anos. De acordo com o depoimento do delegado, na véspera do crime, o agressor ligou para o filho e disse que aquela seria a última vez que eles conversariam, uma premonição sinistra do que estava por vir.

As investigações da Polícia Civil agora buscam esclarecer detalhes como a origem da arma utilizada no crime. O caso choca a comunidade de Rio Verde e reacende o debate sobre a efetividade das medidas protetivas em situações de violência doméstica extrema.