Estratégia de fuga após crime chocante no Espírito Santo
Um empresário de 57 anos executou um plano elaborado para escapar das autoridades policiais após assassinar sua própria esposa no Espírito Santo. Marcelo Fernandes é acusado de matar Cláudia Cristina da Silva Fernandes, de 53 anos, e subsequentemente percorreu várias cidades da região Sul do estado em uma tentativa meticulosa de evitar ser capturado.
Fuga inteligente com celulares de terceiros
Imagens obtidas pela Polícia Civil revelam que o empresário adotou uma estratégia perspicaz para não ser localizado pelas autoridades. Segundo o delegado Felipe Vivas, responsável pelo caso, Marcelo abordava pessoas aleatórias afirmando estar sem telefone e pedia para fazer ligações usando seus aparelhos.
"Ele estava atento para evitar a ação policial. Mudava de município, usava o telefone de terceiros, fazia as ligações e saía do local. Uma estratégia perspicaz para não ser rastreado", afirmou o delegado Vivas em entrevista.
Entre as comunicações realizadas, o empresário contatou amigos, familiares e até mesmo sua própria empresa em busca do número de um advogado, sempre utilizando dispositivos móveis de desconhecidos para dificultar o rastreamento.
Movimentações captadas pelas câmeras de segurança
As imagens divulgadas pela polícia mostram Marcelo Fernandes sentado na orla da praia de Piúma, no litoral Sul do estado, falando ao telefone enquanto tentava se esconder usando um boné. Em outra sequência, registrada na zona rural de Itapemirim, o empresário aparece andando tranquilamente sobre uma ponte carregando uma sacola azul, e posteriormente em uma rua deserta com roupas diferentes.
As câmeras de segurança do condomínio onde o casal residia no bairro nobre Gilberto Machado, em Cachoeiro de Itapemirim, capturaram a movimentação do empresário antes e depois do crime:
- 00h38 - Cláudia Cristina deixa o condomínio em um Corolla
- 00h52 - Marcelo sai do mesmo local na Hilux que pertencia à filha do casal
- 01h59 - Marcelo retorna ao condomínio, escondendo as mãos
- 02h29 - Marcelo sai do condomínio em seu carro, um modelo Strada, com outras roupas e carregando uma sacola
Confissão e prisão do empresário
Marcelo Fernandes foi preso por volta das 22h30 após se apresentar na delegacia acompanhado de um advogado. Diante do delegado, o empresário confessou o crime, mas afirmou estar emocionalmente abalado e recusou-se a fornecer detalhes sobre o que exatamente aconteceu.
O empresário tinha um mandado de prisão temporária de 30 dias decretado pela Justiça e foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cachoeiro após passar por exame de lesões corporais no Serviço Médico Legal (SML).
Detalhes brutais do crime
Cláudia Cristina foi encontrada morta e com sinais de violência ao lado de um carro em uma área de mata no bairro IBC, em Cachoeiro de Itapemirim. A principal suspeita é que ela tenha sido atropelada intencionalmente, embora outras agressões estejam sendo investigadas.
O porta-malas do veículo estava amassado, e a caminhonete usada por Marcelo apresentava marcas de sangue e fios de cabelo da vítima. Horas após o crime, em Alto Pongal, em Anchieta, também no Sul do estado, Marcelo abandonou o veículo.
De acordo com a polícia, uma terceira pessoa estava no local onde a empresária foi morta. Um homem de 33 anos afirmou à polícia que fugiu após ver o marido da vítima chegar e ameaçar a mulher. A família revelou às autoridades que Cláudia e Marcelo estavam em processo de separação e mantinham um relacionamento conturbado.
O velório e enterro da empresária aconteceram no mesmo dia em Cachoeiro, encerrando tragicamente a vida de uma mulher descrita por familiares como companheira, extrovertida e tranquila.