
Imagine um lugar onde o silêncio é quebrado por vozes que antes tinham medo de falar. Pois é, o CHAME – Centro Humanitário de Apoio à Mulher e à Família – completa 16 anos nesta segunda-feira (18) fazendo exatamente isso: transformando histórias de dor em caminhos de recomeço.
E olha só como a coisa cresceu! O que começou pequeno, quase que no improviso, hoje é referência em Boa Vista. A equipe – aqueles anjos de jaleco e caderno na mão – atendeu só no último ano um número que dá frio na barriga: mais de 3 mil mulheres e famílias buscando ajuda.
Não é só um número, são vidas
O diferencial? Eles entenderam que violência não se combate com discurso pronto. Precisa de abordagem que entenda o tamanho do buraco que essa dor deixa. Por isso, além do jurídico (que todo mundo já espera), tem:
- Acompanhamento psicológico que não tem pressa – porque trauma não tem hora pra sarar
- Oficinas de geração de renda (ninguém fica independente só no papo, né?)
- Atendimento até pra quem não quer denunciar ainda – respeitando o tempo de cada uma
E tem mais: agora tão expandindo pra interior. Pacaraima e Rorainópolis vão ganhar unidades móveis. Aquele caminhãozinho vai ser tipo um posto de gasolina, mas em vez de combustível, oferece esperança.
"A gente aprendeu que salvar vidas é dar opções"
Foi o que me disse uma das coordenadoras, com aquela voz cansada mas cheia de orgulho. E faz sentido – quantas não voltam pro agressor porque simplesmente não veem saída? O CHAME virou essa ponte.
Ah, e não pense que é só chegar e ser atendido. O protocolo deles é tão bem bolado que virou modelo pra outros estados. Desde a recepção (onde já identificam o nível de risco) até o acompanhamento pós-denúncia, tudo é pensado pra não deixar brecha.
Dá pra acreditar que em pleno 2025 ainda precisamos de serviços assim? Pois é. Mas enquanto a violência existir, pelo menos tem gente disposta a enfrentar ela de peito aberto. E o CHAME tá aí pra provar que resistir – nesse caso – é mais que verbo, é modo de vida.