A vida pode mudar num piscar de olhos. Num daqueles momentos que deveriam ficar guardados na memória como algo especial, uma família de Cataguases, no leste mineiro, viu o mundo desabar. Tudo aconteceu durante a festa de aniversário da mãe — ironia cruel do destino — quando o que começou como uma simples discussão entre irmãos terminou no pior pesadelo que alguém poderia imaginar.
Segundo as informações que consegui apurar, os dois irmãos — um adolescente de 17 anos e o outro de apenas 22 — começaram a trocar farpas por volta das 23h de quarta-feira. A coisa foi esquentando, sabe como é? Daquelas brigas que começam com pouco e vão pegando fogo. Ninguém na festa imaginava onde aquilo iria parar.
E então aconteceu o impensável. No calor da discussão, o mais novo — ainda menor de idade — pegou uma faca. Um gesto rápido, impulsivo, daqueles que depois a pessoa se arrepende pelo resto da vida. A lâmina atingiu o irmão mais velho no tórax, num golpe que provavelmente nem ele mesmo acreditou que tinha dado.
O caos se instalou naquele instante. A festa virou um pandemônio. Gritos, desespero, gente correndo de um lado para o outro tentando ajudar. Alguém — não se sabe bem quem — teve a presença de espírito de chamar o SAMU. Os paramédicos chegaram correndo, fizeram de tudo para reanimar o jovem, mas... era tarde demais.
Enquanto isso, o adolescente — o autor do golpe — simplesmente desapareceu do local. Deve ter entrado em pânico, imagino. Quem não ficaria? A Polícia Militar foi acionada imediatamente e começou uma verdadeira caçada pela cidade.
O Desfecho que Ninguém Esperava
Pouco tempo depois, por volta da 1h da madrugada de quinta-feira, os policiais encontraram o jovem. E sabe onde? Na casa da própria avó! Ele estava escondido lá, provavelmente sem saber direito o que fazer, assustado com a proporção que tudo tinha tomado.
Agora vem a parte que mais mexe com a gente: o adolescente foi levado para a delegacia, onde prestou depoimento. Imagino o turbilhão de sentimentos que deve estar passando pela cabeça dele. Raiva? Arrependimento? Medo? Tudo isso junto, provavelmente.
O caso está sendo tratado como homicídio, obviamente. Mas aqui tem uma nuance importante: como o autor é menor de idade, a investigação vai seguir pelo caminho da Vara da Infância e Juventude. Diferente do que muita gente pensa, não vai direto para a polícia comum.
E a família? Bom, essa parte é a que mais dói pensar. Uma mãe que estava comemorando mais um ano de vida agora tem que enterrar um filho e lidar com o fato de que o outro é o responsável pela morte. Não consigo nem imaginar a dor dessa mulher.
Os vizinhos — sempre eles — contaram que a família era "tranquila", "normal". Aquela história de sempre: ninguém nunca espera que uma tragédia dessas aconteça com pessoas que a gente conhece. Até que acontece.
O corpo do jovem de 22 anos foi levado para o IML de Ubá, cidade vizinha. Enquanto isso, o adolescente aguarda as decisões da Justiça. Uma história triste, daquelas que a gente lê e fica pensando o dia inteiro. Como tudo poderia ter sido diferente se, naquele momento de fúria, alguém tivesse respirado fundo e contado até dez.
