O Tribunal do Júri Popular de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, proferiu uma sentença histórica na quarta-feira (26), condenando duas mulheres pela morte brutal de uma criança de dois anos. Alexsandra Ribeiro da Silva, mãe da vítima, e Gabriela Ramos da Silva, sua companheira, receberam pena de 50 anos e oito meses de reclusão em regime fechado.
Detalhes do crime que chocou o Alto do Moura
O crime ocorreu no dia 5 de setembro de 2021, na residência onde as três moravam, no bairro Alto do Moura, em Caruaru. A pequena Ayla Lorena Ribeiro da Silva foi encontrada morta dentro de casa com graves ferimentos na cabeça, resultantes de espancamento. A avó materna da criança relatou, na época, ter recebido uma mensagem da companheira da filha informando sobre o falecimento da neta.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou as acusadas por homicídio doloso, apontando a existência de motivo fútil, tortura e meio cruel na execução do crime. O júri popular acolheu integralmente a denúncia, condenando as rés não apenas pelo homicídio, mas também pelo crime de tortura cometido contra uma criança menor de 14 anos. A condenação final foi fixada em concurso material de crimes, somando as penas dos dois delitos.
Fuga, prisão e protesto por justiça
Após o crime, Alexsandra e Gabriela fugiram do local. Elas foram localizadas e presas no dia seguinte, 6 de setembro de 2021, na cidade de Sumé, no estado da Paraíba. De acordo com a Polícia Civil, durante coletiva de imprensa realizada em 8 de setembro daquele ano, o casal confessou a autoria do homicídio.
As duas foram então autuadas por homicídio doloso e encaminhadas para a Colônia Penal Feminina de Buíque. A brutalidade do caso gerou comoção e revolta na comunidade. No dia 7 de setembro de 2021, familiares e conhecidos da menina Ayla realizaram um protesto em frente à Diretoria Integrada do Interior (Dinter) de Caruaru. Cerca de 30 pessoas se reuniram para pedir justiça pelo assassinato da criança.
Veredito e impacto social
A decisão do Tribunal do Júri de Caruaru encerra um capítulo trágico que abalou a região. A condenação severa reflete a gravidade dos atos, que envolveram violência extrema contra uma criança indefesa. O caso serve como um alerta sombrio sobre a violência doméstica e a vulnerabilidade infantil, reacendendo debates sobre proteção e mecanismos de denúncia.
A pena total de 50 anos e oito meses imposta às duas mulheres é uma das respostas do sistema de justiça a crimes de tamanha crueldade, esperando-se que traga algum sentido de justiça à memória de Ayla Lorena.