Treinador de futebol preso por crimes sexuais contra adolescentes
A Polícia Civil executou um mandado de prisão temporária contra um treinador de escola de futebol de Americana, no interior de São Paulo. O homem é investigado por crimes sexuais envolvendo pelo menos três adolescentes, com idades entre 13 e 17 anos.
Detalhes dos crimes cometidos durante campeonato
De acordo com o delegado Edson Antônio dos Santos, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Americana, os primeiros registros surgiram em julho deste ano. Duas vítimas relataram abusos sexuais ocorridos em Sertãozinho, durante a realização de um campeonato de futebol.
Os crimes teriam acontecido enquanto os adolescentes dormiam no alojamento de uma escola pública que hospedava os participantes do torneio. Os dois casos foram registrados como estupro de vulnerável no mês de outubro.
O delegado explicou que durante as investigações foi identificada uma conexão entre os casos. "Na apuração dos fatos, percebi que existia concomitantemente um outro boletim de ocorrência dos mesmos fatos envolvendo uma segunda vítima", detalhou Santos.
Terceira vítima e prisão temporária
Na semana passada, uma terceira adolescente procurou a delegacia acompanhada da família. Desta vez, o crime teria ocorrido em Americana, durante uma aula de futebol, quando o treinador fez comentários com conotação sexual e gestos inadequados.
Este caso foi registrado como importunação sexual. Diante da gravidade dos relatos e da possibilidade de novos crimes, a polícia solicitou a prisão temporária do acusado por 30 dias.
O mandado foi cumprido na quarta-feira (26) em Santa Bárbara d'Oeste, onde o suspeito foi localizado. Não houve resistência à prisão, e foram apreendidos notebooks e celulares do acusado.
Audiência de custódia e investigações
Na quinta-feira (27), o treinador passou por audiência de custódia, onde a prisão foi mantida. Ele ficará detido na Cadeia de Santa Bárbara d'Oeste enquanto as investigações continuam.
O delegado justificou a decisão pela prisão: "Como são duas vítimas de crimes um pouco mais graves, o terceiro relato de vítima de um crime menos grave, mas também grave, e, recentemente, diante da notícia da possibilidade da prática de novas competições esportivas, então a gente tem que acautelar".
A Polícia Civil destacou que a prisão foi necessária para preservar a integridade física das vítimas e dar segurança às famílias envolvidas.
Posicionamento da escola de futebol
A Escola de Futebol Camisa 10, onde o treinador atuava, emitiu nota informando que acionou seu departamento jurídico para obter informações sobre o caso. A instituição afirmou que, até o momento, as informações preliminares indicam que nenhum aluno da escola está envolvido nos fatos investigados.
Com mais de 26 anos de atuação, a escola destacou seu compromisso com a formação de cidadãos e valores como respeito e ética. "A instituição reforça que acompanha o caso com extrema seriedade e responsabilidade", finalizou a nota.
A EPTV, afiliada da TV Globo, apurou que o suspeito está sem advogado atualmente e foi representado pela Defensoria Pública na audiência de custódia.
