
Quatro anos são uma eternidade quando se fala em vidas nas ruas. A cidade que nunca para finalmente vai parar para contar - a Prefeitura de São Paulo confirmou que realizará um novo censo da população em situação de rua ainda em 2025.
O último levantamento, feito em 2021, já está mais desatualizado que notícia de jornal velho. Naquele ano, a capital paulista registrou aproximadamente 32 mil pessoas vivendo nas ruas. Mas convenhamos, muita coisa mudou desde então - a economia deu seus tropeços, o custo de vida disparou, e a crise habitacional só fez piorar.
Por Que Contar Agora?
Sem dados recentes, fica difícil acertar o alvo nas políticas públicas. É como tentar encontrar alguém no escuro - você até pode chutar, mas as chances de errar são enormes. O novo censo promete iluminar essa realidade.
A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social vai coordenar a empreitada. E não será nada simples - imagina tentar contar cada pessoa que dorme sob marquises, viadutos e praças numa cidade do tamanho de São Paulo?
Metodologia: Mais do Que Números
O método? A abordagem tradicional, aquela que envolve bater perna mesmo. Equipes percorrerão as ruas em busca de respostas. Mas aqui vai um detalhe importante: o censo não é só sobre quantificar. É sobre qualificar também.
Eles querem saber:
- Quantos são realmente
- Onde estão concentrados
- Há quanto tempo vivem nas ruas
- Quais serviços públicos já acessaram
Essas informações são ouro para quem formula políticas sociais. Sem elas, fica tudo no chutômetro - e quando o assunto é vida humana, chute é luxo que ninguém pode ter.
O Que Esperar dos Resultados?
Todo mundo que caminha por São Paulo percebe - a situação nas ruas mudou, e muito, desde 2021. Alguns bairros que antes tinham poucas pessoas em situação de rua agora viraram pontos fixos. Outras regiões tradicionais podem ter diminuído.
O censo vai mapear essas mudanças. E mais: vai ajudar a entender o perfil dessa população. Será que aumentou o número de famílias inteiras nas ruas? E os jovens? E os idosos?
Uma coisa é certa: os números provavelmente vão assustar. A crise habitacional não dá sinais de tréguas, e o desemprego ainda castiga muita gente. Mas melhor saber a dimensão real do problema do que fingir que ele não existe.
Afinal, como diz o velho ditado, só se gerencia o que se mede. E São Paulo precisa urgentemente começar a gerenciar melhor essa triste realidade que insiste em crescer em suas calçadas.