Escândalo em Escola do RS: Professora Acusada de Ocultar Agressão com Histórica de Queda no Banheiro
RS: Professora omite agressão e inventa queda de aluno

Imagine a cena: seu filho chega em casa com o rosto marcado, a história não fecha e o instinto paternal entra em alerta máximo. Foi exatamente isso que aconteceu com uma família de Canoas, no Rio Grande do Sul, transformando um dia comum num pesadelo burocrático e emocional.

Aconteceu na última terça-feira, mas o gosto amargo ainda permanece. Um estudante de dez anos, da quarta série, voltou da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pedro Oscar Selbach machucado. E não foi uma raladinha de recreio, não. O garoto apresentava hematomas no rosto — algo que, convenhamos, dificilmente passa despercebido.

A explicação inicial? Uma queda no banheiro. Quem deu o parecer foi a própria professora da turma, que garantiu aos pais ter socorrido o menino após o suposto tombo. Soa plausível? Talvez. Mas os pais, com aquele faro aguçado que só quem cria filho tem, desconfiaram na hora. Algo não cheirava bem.

A Verdade Vem à Tona

E é aqui que a trama engrossa. Insatisfeitos com a versão dos fatos, a família foi à luta. Conversa vai, conversa vem, e eis que o menino quebra o silêncio: não foi queda. Ele teria sido agredido por outro aluno, bem dentro da sala de aula. Um colega, segundo seu relato, o atingiu com um objeto — uma garrafa de água, para ser mais exato.

O pior de tudo? A professora, que deveria ser a primeira a intervir e proteger, testemunhou tudo e ainda assim preferiu inventar uma cortina de fumaça. Em vez de registrar a agressão e acionar a direção, optou por criar uma fábula do acidente sanitário. Uma escolha, no mínimo, assustadora para alguém encarregado da segurança de crianças.

Falha no Sistema ou Ação Deliberada?

Os pais, é claro, ficaram possessos. E com razão. Eles formalizaram uma queixa na delegacia, e o caso agora é oficialmente investigado como... suspeita de lesão corporal. A Secretaria Municipal de Educação (SMED) de Canoas emitiu um comunicado genérico, dizendo que «apura os fatos» e que «encaminhou o estudante para acompanhamento». Mas a pergunta que fica é: quantas vezes isso já aconteceu e foi abafado?

Especialistas em direito educacional que consulto frequentemente alertam que esse tipo de acobertamento é mais comum do que se imagina. Muitas escolas, numa tentativa desastrosa de preservar a imagem, acabam negligenciando o protocolo básico: transparência. O resultado? Crianças traumatizadas e pais sem confiança no sistema.

O menino, felizmente, passa bem. Mas o estrago psicológico é uma ferida que não sara com um simples boletim de ocorrência. Este caso escancara uma realidade incômoda: a de que nossos filhos, dentro das salas de aula, podem estar vulneráveis não só à violência entre pares, mas também à omissão daqueles que juram protegê-los.