
Era mais um dia de sol implacável na Beira-Mar de Fortaleza quando a rotina dos vendedores de coco foi interrompida por uma sombra familiar – e indesejada. Dessa vez, as mãos que deveriam carregar frutas carregavam ameaças. E cobranças ilegais.
Pois é, meus amigos. A Polícia Civil do Ceará acabou de prender mais um indivíduo – um homem de 27 anos – suspeito de integrar um grupo que aterroriza esses trabalhadores. A operação aconteceu nesta quarta-feira (20), e não foi nada simples. O sujeito foi localizado escondido… adivinhem onde? Num condomínio residencial no bairro Edson Queiroz, longe do calçadão onde cometia seus crimes.
O modus operandi era assustadoramente simples – e covarde. Ele e seus comparsas se aproximavam dos vendedores, muitos deles em situação de vulnerabilidade social, e impunham um "taxa" pelo "direito" de trabalhar. Quem se recusasse a pagar? Bem, as promessas eram sempre as mesmas: violência pura e simples. Coagir quem já luta pelo sustento diário é, pra mim, um dos atos mais baixos que existem.
Não foi a primeira vez, e provavelmente não será a última
Esse é apenas o segundo detido numa investigação que começou há meses. O primeiro acabou preso em flagrante no final de julho, mas a máquina de extorquir não parou. A delegada Mariana Fonseca, titular da 16ª Delegacia de Polícia Civil (DPC), não esconde a gravidade do caso. "Estamos diante de uma organização criminosa que age com métodos intimidatórios contra cidadãos que apenas buscam seu ganha-pão", afirmou ela, com a seriedade que o caso merece.
E olha, a investigação corre em segredo de Justiça, mas os detalhes que vazam são suficientes para dar um nó no estômago. Os criminosos não tinham dó. Escolhiam suas vítimas, calculavam o movimento e aplicavam a pressão. Um verdadeiro esquema de proteção, mas ao contrário – em vez de proteger, oprimia.
- Alvos: Vendedores ambulantes de coco água
- Local: Principalmente na famosa Praia do Futuro
- Meio: Ameaças verbais e físicas diretas
- Objetivo: Cobrar valores ilegais para "liberar" o trabalho
O que me deixa mais perplexo é a naturalidade com que esse tipo de crime se infiltra no cotidiano. Um cara chega, fala alto, mostra que está armado – e o medo faz o resto. O pão nosso de cada dia transformado num pesadelo às margens do Atlântico.
E agora, o que acontece?
O preso vai responder pelos crimes de extorsão e associação criminosa. Ele já está à disposição da Justiça, e a tendência é que a pena seja pesada – pelo menos é o que todos nós, cidadãos de bem, esperamos. A Polícia Civil, por sua vez, deixa claro: as investigações não param. Eles sabem que há mais gente envolvida e prometem continuar batendo na tecla até desmontar a rede por completo.
Enquanto isso, os vendedores de coco tentam retomar sua rotina. Com um olho no freguês e outro atrás do ombro, é claro. Porque o medo, esse, demora a ir embora.