Perícias do INSS para Autismo: Famílias Revelam Batalha por Direitos e Dignidade
Perícias do INSS para autismo: famílias denunciam desrespeito

Não é exagero dizer que a vida já é suficientemente complexa para famílias com membros autistas. Agora, imagine ter que provar isso repetidamente para o governo. Pois é exatamente essa a realidade angustiante que centenas de brasileiros enfrentam atualmente.

O que está acontecendo? Bem, as tais perícias médicas do INSS — aquelas que deveriam ser meros trâmites burocráticos — transformaram-se em verdadeiras provas de fogo. E não, não estou sendo dramático. Os relatos são de cortar o coração.

O Calvário das Perícias: Não é Só Papelada

Pense bem: você prepara seu filho, sua filha, com todo cuidado do mundo. Explica o que vai acontecer, tenta minimizar a ansiedade — que já é enorme, diga-se de passagem. Aí chega no local e... decepção. Profissionais despreparados, questionamentos absurdos, falta total de sensibilidade.

"Parece que estamos sempre começando do zero", desabafa uma mãe que preferiu não se identificar. "É como se o diagnóstico anterior, dado por especialistas, não valesse de nada."

Os Problemas Vão Além do Desconforto

  • Perícias marcadas e canceladas sem aviso prévio
  • Profissionais que claramente não entendem de autismo
  • Questionamentos que beiram o absurdo — "ele não parece autista"
  • Falta de adaptação para pessoas neurodivergentes
  • Processos que se arrastam por meses, deixando famílias sem amparo

Não é sobre conseguir um benefício qualquer. É sobre sobrevivência, sobre dignidade. Muitas famílias dependem desses benefícios para tratamentos essenciais — terapias que não são baratas, diga-se de passagem.

O Que Diz a Lei? Porque Sim, Existe Lei Para Isso

Aqui vem a parte que mais revolta: tecnicamente, a legislação brasileira é bastante clara sobre os direitos das pessoas autistas. A Lei Berenice Piana (12.764/2012) não deixa margem para dúvidas: autismo é deficiência para todos os efeitos legais.

Mas entre o papel e a realidade... bem, existe um abismo considerável. E são famílias inteiras que caem nesse abismo todos os dias.

"É cansativo", resume outra mãe. "Você luta contra o preconceito na sociedade, luta pelos direitos do seu filho, e ainda tem que lutar contra o próprio sistema que deveria te ajudar."

E Agora? Para Onde Vamos?

As denúncias estão ganhando volume — e não é por acaso. Cada vez mais famílias estão dizendo "chega". Procuram defensoria pública, ministério público, qualquer instância que possa ouvi-las.

O INSS, por sua vez, diz que segue os protocolos. Mas será que protocolos burocráticos devem se sobrepor ao bom senso? À humanidade? Essa é a questão que fica no ar.

Enquanto isso, nas casas Brasil afora, pais e mães preparam-se para a próxima perícia. Com medo, com esperança, com aquele nó no estômago que só quem vive essa situação conhece.

Porque no final das contas, não se trata de números ou processos. Trata-se de vidas. De pessoas. De dignidade. E isso, meus amigos, não deveria ser negociável.