Um caso que chocou Roraima expõe a omissão paterna diante de uma tragédia anunciada. Um homem de 27 anos está sendo processado criminalmente por não ter protegido a própria filha, uma bebê de apenas 2 meses, que foi assassinada pela mãe mesmo após ele ter conhecimento das ameaças.
Promotor classifica conduta como "desumana e cruel"
O Ministério Público de Roraima não poupou palavras ao descrever o comportamento do pai. Em sua denúncia, o promotor de Justiça Rafael Quaresma da Silva afirmou que a conduta do homem foi "desumana e cruel", destacando que ele tinha plena ciência do perigo que a filha corria.
"O acusado, mesmo ciente dos riscos, se omitiu de forma deliberada e consciente, violando seu dever legal de proteção", afirmou o representante do MP.
Os fatos que antecederam a tragédia
Os detalhes do caso revelam uma sequência de eventos trágicos que poderiam ter sido evitados:
- A mãe da criança, Elizângela Barros da Silva, de 33 anos, já havia manifestado comportamentos agressivos e ameaçadores contra a bebê
- O pai recebeu alertas concretos sobre o perigo que a filha corria
- Mesmo com o conhecimento prévio, ele não tomou nenhuma medida para proteger a criança
- A tragédia ocorreu no dia 27 de setembro, encerrando precocemente uma vida de apenas dois meses
Consequências judiciais para os envolvidos
O sistema de Justiça agiu rapidamente diante da gravidade dos fatos:
- A mãe da criança está presca preventivamente desde outubro, respondendo pelo crime
- O pai agora também enfrenta ação penal por omissão de socorro e exposão de criança a risco
- O MP pediu a conversão da prisão em flagrante em preventiva para o homem
- Ambos responderão perante a Justiça pelas suas condutas
Um alerta sobre a proteção infantil
Este caso vai além de uma simples tragédia familiar. Ele serve como um alerta sobre a responsabilidade de proteção que todos os adultos têm sobre as crianças sob seus cuidados.
"A omissão diante de uma ameaça conhecida pode ter consequências tão graves quanto a ação direta", reflete o caso que agora seguirá seus trâmites na Justiça de Roraima, enquanto uma família e toda uma comunidade se perguntam como uma vida tão jovem poderia ter sido salva.