Violência em posto de saúde de Goiânia choca profissionais
Uma técnica de enfermagem foi agredida fisicamente dentro da sala de vacinação do Posto de Saúde Boa Vista, em Goiânia, na última quinta-feira (27). A profissional, que possui sete anos de experiência exclusivamente na sala de vacina da unidade, sofreu o ataque enquanto cumpria suas funções normais de atendimento à população.
O que levou à agressão?
Segundo relato da vítima, o incidente começou quando uma mãe chegou ao posto acompanhada de quatro crianças. A unidade de saúde estava operando com fluxo intenso de pacientes, superando 100 atendimentos por dia devido ao período de atualização de cartões para matrícula escolar e Bolsa Família.
A situação se agravou quando a técnica examinou a bebê, que chorava intensamente, e percebeu que a coxa da criança estava endurecida - um sinal comum em casos de atraso vacinal. Ao explicar para a mãe que o desconforto da menina era consequência do acúmulo de doses atrasadas, a mulher reagiu com violência.
"Eu falei que a menina sofria porque trazia a vacina atrasada. Nesse momento, ela levantou e começou a me agredir", contou a profissional em seu depoimento.
Consequências do ataque
A técnica de enfermagem registrou o ocorrido através de exame no IML e procurou atendimento médico. Parte das agressões foi registrada em vídeo pela própria vítima, que utilizou seu celular para documentar o momento do ataque.
Em nota oficial, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia se posicionou contra o ato de violência e informou que está apurando o caso. A Polícia Civil foi contactada, mas até o fechamento desta matéria não havia se manifestado sobre o ocorrido.
Impacto psicológico na profissional
A mulher agredida revelou que acordou abalada emocionalmente no dia seguinte ao episódio, descrevendo a sensação de ter vivido um pesadelo. Ela confessou estar com medo de voltar ao posto de saúde e admitiu que considera abandonar a profissão que ama.
"Eu amo o que faço, mas depois de tudo isso, estou querendo desistir de trabalhar nessa área", desabafou a técnica, que construiu vínculos com muitas famílias da região ao longo de sua carreira.
O caso expõe a violência contra profissionais de saúde e as condições de trabalho em unidades públicas, que frequentemente operam acima da capacidade durante períodos de alta demanda.