
Os números chegam pra chocar até quem já tá acostumado com as notícias ruins de todo dia. Itapetininga, aquela cidade que muitos ainda veem como tranquila no interior paulista, está enfrentando uma crise feia — e silenciosa — envolvendo quem mais precisa de voz.
Os dados são mesmo de arrepiar: um salto de quase 18% nas violações de direitos contra pessoas em situação de rua. Não é pouco, não. É quase um quinto a mais de gente sendo tratada como se não fosse gente.
O Que Esses Números Escondem (Além do Óbvio)
Quando a gente fala em "violação de direitos", o que vem na sua cabeça? Só falta de abrigo? Ah, amigo, a coisa é muito mais funda. Tá lá no relatório: são casos de acesso negado a saúde, violência física pura, perda de documentos (que, convenhamos, num país burocrático como o nosso, é uma sentença), e até aquela humilhação diária de ser tratado como invisível.
E olha que curioso: será que aumentou o número de pessoas na rua, ou será que a mão pesada contra elas ficou mais pesada ainda? Difícil cravar. O que os números gritam é que o sofrimento, esse, definitivamente multiplicou.
E a Prefeitura, Tá Onde?
Bom, sempre tem aquele discurso pronto de "estamos trabalhando dentro das possibilidades". Todo mundo já conhece o roteiro, né? A verba é curta, os problemas são muitos... Mas cadê a ação concreta? Cadê o plano de emergência quando os números disparam desse jeito?
É aquela velha história: é muito fácil ignorar quem não tem como bater na sua porta ou cobrar você nas redes sociais. A população de rua vive à margem até da nossa indignação.
E não me venham com a desculpa da pandemia ou da economia, porque a dignidade humana não deveria ser a primeira a ser cortada na crise. Deveria ser justamente o contrário.
Um Problema que Escorre pra Calçada de Todo Mundo
O pior é que isso não é um problema 'deles'. É um problema *nosso*. Uma sociedade é julgada pela forma como trata seus mais vulneráveis — e, pelos dados, estamos sendo reprovados com louvor.
Além do custo humano, que é imensurável, tem o custo social: saúde pública mais pressionada, segurança pública sobrecarregada... No fim, todo mundo paga a conta de não cuidar de quem precisa.
Itapetininga não é um caso isolado, longe disso. Mas é um retrato cruel de como estamos falhando feio. Ignorar essa realidade não vai fazê-la desaparecer. Só vai deixar a ferida abrir mais, até infeccionar de vez.
Os dados estão aí. Eles não mentem. Agora, a pergunta que fica é: quem vai ter a coragem de olhar pra eles e fazer alguma coisa diferente?