
Imagine passar dias sem água suficiente, trancado em um cômodo escuro, sem contato com o mundo exterior. Foi essa a realidade desumana enfrentada por um grupo de idosos resgatados de uma clínica irregular em Minas Gerais — um caso que chocou até os agentes mais experientes.
"Quando chegamos, vários nos estendiam as mãos suplicando por um gole d'água", conta a secretária municipal de Desenvolvimento Social, ainda visivelmente abalada. "Eram olhares que não sairão da minha memória tão cedo."
Rotina de privações
Os detalhes que emergiram são de cortar o coração:
- Refeições escassas, servidas em horários irregulares
- Banhos limitados a apenas 2 por semana
- Medicação controlada sendo administrada sem acompanhamento profissional
- Famílias mantidas deliberadamente no escuro sobre o estado real dos pacientes
E o pior? Muitos pagavam fortunas por esse "serviço" — se é que podemos chamar assim.
Operação de resgate
A ação foi deflagrada após denúncias anônimas. Os fiscais encontraram:
- Instalações improvisadas, sem alvará de funcionamento
- Falta de profissionais qualificados
- Condições higiênicas absolutamente precárias
"Não era uma clínica, era um depósito de gente", disparou um dos agentes, preferindo não se identificar. A indignação na voz dele era palpável.
O outro lado
Procurados, os responsáveis pela instalação alegaram "boas intenções" e "falta de recursos". Uma justificativa que não convenceu as autoridades — afinal, as contas bancárias contavam outra história.
Enquanto isso, os idosos resgatados começam o lento processo de recuperação. Alguns já foram reunidos com familiares; outros, infelizmente, não tinham para onde ir. O município assumiu a responsabilidade temporária por esses casos.
Uma pergunta fica no ar: quantas outras "clínicas" assim ainda operam nas sombras? A secretária garante que a investigação está só começando. E promete: "Não vamos descansar enquanto houver um único idoso sendo tratado como objeto."