
Imagine a cena: uma senhora de 72 anos, com pressa fisiológica, implorando para descer do ônibus. O motorista, irredutível, nega o pedido. Resultado? Um constrangimento que deixou marcas profundas.
"Fiquei três dias trancada em casa, chorando de vergonha", desabafa Dona Marta (nome fictício), ainda emocionada ao relembrar o episódio ocorrido na linha 123, que liga Sorocaba a Votorantim.
O incidente que virou pesadelo
Tudo começou numa quarta-feira comum. Dona Marta, que tem problemas intestinais, sentiu a urgência durante a viagem. "Bati no vidro, gritei, mas ele fingiu que não ouviu", conta, ainda perplexa com a frieza do condutor.
Quando o desespero bateu, já era tarde. O acidente aconteceu diante de outros passageiros — alguns riram, outros fingiram não ver. "Parecia um pesadelo", suspira a aposentada.
Falta de humanidade gera revolta
O caso, que viralizou nas redes, reacendeu o debate sobre:
- Falta de treinamento para situações emergenciais
- Necessidade de banheiros químicos em terminais
- Empatia no atendimento a idosos
"Isso não é sobre um mero descuido", opina o advogado Carlos Mendes, especialista em direitos do consumidor. "É sobre desrespeito à dignidade humana."
Empresa se pronuncia
Procurada, a Viação Sorocabana emitiu nota afirmando que "lamenta o ocorrido" e que o motorista foi afastado para apuração. Prometeram ainda capacitação extra para a equipe.
Mas será suficiente? Para Dona Marta, o trauma persiste. "Até hoje evito ônibus", confessa, enquanto ajusta os óculos com mãos trêmulas.
O caso serve de alerta: quantos outros idosos passam por situações similares diariamente, sem coragem de denunciar?