Uma denúncia grave está mobilizando o Ministério Público de Ribeirão Preto. Segundo o promotor de Justiça Marcelo Nunes, as famílias que internam parentes idosos em lares de repouso podem ser investigadas por abandono de incapaz.
Situação é classificada como 'extremamente preocupante'
O promotor não mediu palavras ao descrever a realidade encontrada em muitas instituições: "Esses locais se transformaram em verdadeiras vilas de idosos, onde as famílias simplesmente depositam seus parentes e desaparecem", alertou Nunes.
Durante entrevista coletiva, o representante do MP foi enfático ao afirmar que a simples internação não isenta as famílias de suas responsabilidades. O acompanhamento frequente e a manutenção dos vínculos afetivos são essenciais para o bem-estar dos idosos.
Quais são os sinais de alerta?
- Visitas esporádicas ou inexistentes da família
- Falta de participação nas decisões sobre cuidados médicos
- Abandono afetivo prolongado
- Desinteresse pelo estado de saúde do idoso
MP já identificou casos graves de negligência
As investigações em andamento revelaram situações onde idosos passaram meses sem receber visitas de familiares, mesmo em condições de saúde delicadas. Em alguns casos, as famílias sequer compareciam a consultas médicas importantes.
"Quando a família some completamente, configuramos o abandono afetivo e material", explicou o promotor, destacando que essa conduta pode caracterizar crime.
Como as famílias podem se proteger?
- Mantenha visitas regulares ao idoso
- Participe ativamente das decisões sobre seu tratamento
- Estabeleça comunicação frequente com a equipe do lar
- Documente seu envolvimento nos cuidados
Instituições também estão na mira do MP
O alerta não se limita às famílias. Os próprios lares de repouso que aceitam essa dinâmica de abandono podem ser responsabilizados. O MP exige que as instituições notifiquem as autoridades quando identificarem casos de famílias ausentes.
A promotoria já mantém sete procedimentos investigatórios em andamento envolvendo lares de repouso da região de Ribeirão Preto e Franca. As apurações buscam identificar tanto responsáveis por maus-tratos quanto familiares que abandonaram seus idosos.
A mensagem do MP é clara: cuidar dos idosos é uma responsabilidade compartilhada entre família, instituições e poder público. O simples ato de internar não significa transferir completamente essa obrigação.
