Laudo não encontra sêmen em menina de 11 anos morta em Serrana
Exame não encontra sêmen em criança morta em Serrana

Caso de menina de 11 anos morta em Serrana segue em investigação

A Polícia Civil divulgou nesta sexta-feira (28) que o laudo oficial da Polícia Científica não encontrou sêmen nas partes íntimas de Ana Alice Santos França, a menina de 11 anos que morreu no dia 13 de novembro em Serrana, interior de São Paulo.

Suspeita de violência sexual

Apesar do resultado negativo para sêmen, o corpo da criança apresentava sinais de violência sexual, de acordo com as investigações policiais. A menina havia sido internada no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto dois dias antes de falecer, e a suspeita inicial era de que ela teria sofrido estupro.

Douglas Júnior Nogueira, padrasto da vítima e principal suspeito do crime, encontra-se preso temporariamente, mas nega qualquer envolvimento na morte da enteada.

Mudança na linha de investigação

Inicialmente, o caso foi tratado como tentativa de suicídio, pois a menina foi encontrada com um cordão de brinquedo enroscado no queixo. Porém, durante o atendimento no HC, médicos identificaram material semelhante a sêmen no corpo dela e comunicaram a polícia sobre a suspeita de abuso sexual.

De acordo com o delegado Marcelo Melo de Lima Garcia, responsável pelo caso, Ana Alice apresentava lesões na região genital e hematomas no pescoço. Diante dessas evidências, o caso passou a ser investigado como estupro de vulnerável.

Sequência dos fatos

No dia 11 de novembro, Ana Alice foi levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Serrana após ser encontrada desacordada dentro de casa por volta das 23h. Segundo relato do padrasto à polícia, ele teria encontrado a menina nesse estado ao sair para buscar a companheira, mãe da criança, no trabalho.

A irmã de Ana Alice, que voltava da igreja, ajudou no socorro à menina. No mesmo dia, a criança foi transferida para Ribeirão Preto, onde veio a falecer dois dias depois.

O pai da menina, Flávio França, contou que foi avisado por telefone pela ex-mulher sobre um suposto acidente. "Minha filha nunca ia se enforcar, eu conheço minha filha, é uma menina boa, nunca ia fazer isso na vida", declarou emocionado.

Prisão baseada em evidências

A Polícia Civil decidiu pedir a prisão do padrasto com base em depoimentos já colhidos e um vídeo que Douglas fez ao encontrar a menina desacordada. O suspeito concordou em fornecer amostras de sangue para comparação com material genético encontrado no corpo de Ana Alice.

As investigações continuam e a polícia aguarda outros resultados de exames do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística (IC) para confirmar as causas da morte. A polícia também investiga um outro suspeito, que não teve a identidade divulgada.

O velório e enterro de Ana Alice aconteceram no dia 15 de novembro, enquanto a comunidade de Serrana permanece chocada com a tragédia que vitimou a estudante descrita por familiares como "doce, educada, religiosa e boa aluna".