Adolescente com autismo relata estupro dentro de escola estadual no litoral paulista
Estupro de adolescente autista em escola choca Peruíbe

Um silêncio pesado tomou conta dos corredores daquela escola estadual em Peruíbe, no litoral de São Paulo. E não era para menos — a instituição, que deveria ser um porto seguro, tornou-se palco de um crime que deixa qualquer um de cabelo em pé.

Aconteceu no último dia 26 de setembro, mas só agora veio à tona. Uma adolescente de 16 anos, com Transtorno do Espectro Autista (TEA), teria sido violentada sexualmente dentro da própria escola. O detalhe mais aterrador? Tudo indica que o agressor era outro estudante.

A família, é claro, está arrasada. "É o pior pesadelo que qualquer pai pode viver", desabafou a mãe da jovem, que preferiu não se identificar. "Confiamos nossas crianças à escola pensando que estão protegidas, e isso acontece..."

O relato que corta o coração

A jovem contou aos pais que foi levada para um dos banheiros da escola durante o horário das aulas. Lá, teria sofrido abusos sexuais. O que mais choca — se é que isso é possível — é a frieza com que tudo parece ter acontecido.

"Ela sempre foi uma menina tão alegre", lembra a mãe, com a voz embargada. "Agora mal consegue sair de casa."

Investigação em andamento

A Polícia Civil não está medindo esforços. Já abriu inquérito para apurar o caso, que está sendo tratado como estupro de vulnerável. As provas? O boletim de ocorrência registrado pela família no mesmo dia do crime, além dos relatos consistentes da adolescente.

Procurada, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo emitiu uma nota dizendo que "tomou conhecimento do fato e está prestando todo o suporte necessário à aluna e sua família". Mas será que basta?

Especialistas em educação que acompanham o caso — e preferiram não se identificar — são unânimes: escolas precisam urgentemente revisar seus protocolos de segurança. Principalmente quando se trata de alunos com necessidades especiais.

Um problema que vai além

O que aconteceu em Peruíbe não é, infelizmente, um caso isolado. Estatísticas mostram que pessoas com deficiência têm risco quatro vezes maior de sofrer violência sexual. E pior: a maioria dos casos acontece justamente em locais onde deveriam estar mais protegidas.

Enquanto a investigação corre contra o relógio, a comunidade local se pergunta: quantos casos como esse passam despercebidos? Quantas vozes são silenciadas pelo medo ou pela falta de credibilidade?

A adolescente, pelo menos, encontrou forças para denunciar. Muitas não têm a mesma coragem.