A Polícia Civil do Amazonas está em negociação com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para garantir a entrega dos adolescentes suspeitos de participarem de um estupro coletivo contra uma menina indígena de 12 anos. O crime ocorreu na comunidade Mapiranga, no município de Juruá, interior do estado.
Investigação e identificação dos suspeitos
De acordo com as investigações, todos os adolescentes suspeitos, que também são indígenas, já foram identificados. A polícia chegou aos nomes após analisar vídeos gravados pelos próprios acusados durante a prática do crime. As imagens mostram a adolescente pedindo socorro enquanto os agressores riam. A apuração indica que pelo menos oito jovens participaram do abuso sexual.
Estratégia para prisão e rede de apoio
O delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), afirmou que, caso a Funai não consiga intermediar a entrega dos adolescentes, será montada uma operação para apreendê-los. A comunidade onde o crime aconteceu fica a aproximadamente três a quatro horas de lancha da sede do município.
"A gente tá trabalhando com a Funai, tem sido uma grande parceria", disse Mavignier em entrevista ao Jornal do Amazonas 1ª Edição desta terça-feira (2). Ele destacou que a ação conta com o apoio de várias instituições: Polícia Militar, Guarda Municipal local, Polícia Civil, Conselho Tutelar e a própria Funai, que tem sido fundamental para abrir o diálogo com as lideranças da etnia Kulina.
Resgate e atendimento à vítima
O caso veio à tona após a mãe da adolescente procurar o Conselho Tutelar para denunciar o crime. Imediatamente, a Polícia Civil iniciou as investigações e mobilizou equipes para o resgate. A vítima foi localizada e, após o resgate, recebeu atendimento médico e psicológico em um posto da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai).
O delegado Paulo Mavignier informou que a menina foi acolhida em uma rede de proteção. O delegado Célio Lima, titular da Delegacia Interativa de Polícia de Juruá, foi o responsável por comandar as equipes no local, com o objetivo de coletar provas e identificar todos os envolvidos no ato brutal.
O objetivo principal das autoridades agora é garantir que os adolescentes suspeitos cumpram medida de internação, assegurando a aplicação da justiça e a proteção da vítima.