Tragédia na Baixada: Criança tem morte cerebral após ser baleada em possível caso de bala perdida
Criança tem morte cerebral após ser baleada na Baixada

O silêncio no hospital era pesado, daqueles que doem no peito. E no meio desse vazio, uma família despedaçada — o pequeno Miguel, de apenas 11 anos, teve morte cerebral confirmada depois de ser atingido por disparos de arma de fogo em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Segundo testemunhas, tudo aconteceu na última terça-feira (20), por volta das 22h, na Rua Professor Manoel Assunção, no bairro da Prata. O menino brincava — sim, brincava, como toda criança deveria ter direito — quando os tiros começaram. Dois, três? Quem sabe. O certo é que um deles acertou Miguel na cabeça.

Ele foi levado às pressas para o Hospital Geral de Nova Iguaçu, mas não resistiu. Os médicos lutaram, claro que lutaram. Mas o estrago era irreversível. Morte cerebral. Três palavras que ninguém deveria ouvir sobre um filho.

Entre a dor e a espera por respostas

A Polícia Civil abriu inquérito para investigar as circunstâncias do crime. Até agora, não há suspeitos — e isso talvez doa mais que tudo. "Bala perdida"? Todo projétil tem dono, mas parece que ninguém quer assumir essa culpa.

O caso foi registrado no DEPCA (Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente). Eles correm contra o tempo, mas a sensação é que o tempo já venceu. Miguel não voltará mais.

Enquanto isso, a vida — ou o que restou dela — segue para a família. Eles aguardam a liberação do corpo para o enterro. Uma urna pequena, flores brancas, um adeus precoce. O que se leva de um velório de criança? Vazio. Apenas vazio.

Não é a primeira vez. Será a última?

O Rio de Janeiro parece viver em loop. Todo mês, toda semana, uma história parecida. Crianças que viram estatística, famílias que viram notícia de jornal. Até quando?

Miguel tinha 11 anos. Gostava de futebol, de videogame, de correr na rua. Tinha medo de escuro, mas não de viver. Agora, outros terão medo por ele.

A violência urbana não escolhe vítima — mas sempre parece encontrar os que menos podem se defender. E a gente fica aqui, olhando pro céu, sem saber pra onde mandar a prece.