
Não é exagero dizer que os jalecos brancos estão virando alvo em Belo Horizonte. Só neste ano — e estamos só em agosto —, a capital mineira já contabiliza mais de 600 casos de violência contra quem deveria ser tratado como herói: médicos, enfermeiros e toda a equipe que mantém os hospitais de pé.
Os números, que parecem saídos de um roteiro distópico, mostram um aumento de quase 30% em relação ao mesmo período de 2024. E o pior? A maioria esmagadora acontece dentro das próprias unidades de saúde.
O que está por trás dessa epidemia de violência?
Conversando com profissionais no café do Hospital João XXIII, a gente entende o desgaste:
- Pacientes e familiares exasperados por longas esperas
- Falta de estrutura crônica (ah, essa velha conhecida...)
- E o que ninguém quer admitir: a sociedade está perdendo o respeito por quem salva vidas
"Ontem mesmo uma colega levou um soco porque 'demorou' a atender uma dor de barriga", conta uma enfermeira que prefere não se identificar — ironicamente, por medo de represálias.
E as soluções? Cadê?
O Conselho Regional de Medicina soltou um comunicado cheio de juridiquês, mas na prática... Bem, você sabe como é. Enquanto isso, alguns hospitais estão:
- Contratando seguranças particulares (com orçamento que não existe)
- Fazendo treinamentos de defesa pessoal (sim, para médicos!)
- Instalando botões de pânico em postos de enfermagem
Mas será que isso resolve? Ou estamos apenas medicalizando um problema que é social, estrutural? Fica a dúvida — e o gosto amargo de quem trabalha com medo.