Agressão a homem em situação de rua choca Florianópolis: vídeo flagra violência em ponto histórico
Agressão a homem de rua choca Florianópolis; vídeo

O coração turístico de Florianópolis virou palco de uma cena deplorável nesta quinta-feira. Um homem em situação de rua — que todos os dias cruza o Centro Histórico — foi vítima de agressão física por parte de um guarda municipal. E o pior: tudo foi registrado em vídeo.

Testemunhas ainda parecem atordoadas. "Ele estava quieto, sentado, quando o guarda chegou gritando", conta uma vendedora ambulante que preferiu não se identificar. "Não houve provocação, não houve ameaça. Só violência pura."

O vídeo, que circula nas redes sociais, é difícil de assistir. Mostra o agente usando força desproporcional, golpeando o homem várias vezes enquanto ele tentava se proteger. Uma cena que fere não só um cidadão, mas a própria ideia de que a segurança pública deve proteger todos — sem exceção.

Reação imediata e investigação

A Guarda Municipal agiu rápido, mas a mancha já estava feita. O agente foi afastado ainda na tarde de quinta-feira. "Estamos apurando todos os detalhes com rigor", afirmou a corporação em nota. "Não compactuamos com desvios de conduta."

O Ministério Público de Santa Catarina já foi acionado e deve abrir procedimento para investigar o caso. Enquanto isso, o homem agredido foi encaminhado para atendimento médico. Seu estado é estável, mas o trauma — esse é mais difícil de curar.

Não é a primeira vez que a região central da ilha presencia conflitos entre guardas e população em situação de vulnerabilidade. Mas a brutalidade desse episódio escancara uma ferida urbana que muitos preferem ignorar.

Entre a ordem e o abuso

Ah, a velha desculpa do "cumprimento do dever". Até onde vai a autoridade de um agente público? Quando o poder vira abuso? Perguntas que ecoam nas calçadas da Alfândega, onde turistas fotografam becos históricos e, agora, testemunham a fratura social da cidade.

Florianópolis — ilha da magia para alguns, ilha da contradição para muitos. O caso expõe não apenas um guarda descontrolado, mas uma estrutura que frequentemente falha com quem mais precisa.

Enquanto a investigação corre, o vídeo segue rodando. E a pergunta que fica: quantas agressões assim passam invisíveis, sem câmeras, sem testemunhas, sem like ou compartilhamento?