Adolescente de 16 anos mantida em cativeiro por 2 anos pela mãe em Goiânia
Adolescente mantida em cativeiro 2 anos pela mãe em Goiânia

Adolescente escapa após dois anos de cativeiro e tortura em Goiânia

Uma história de superação e coragem chocou moradores do Setor Leste Vila Nova, em Goiânia, nesta última semana. Uma adolescente de 16 anos conseguiu fugir do cativeiro onde era mantida há exatos dois anos pela própria mãe e pelo padrasto. Segundo relatos, a jovem era submetida a torturas físicas e psicológicas dentro da residência.

O caso só veio à tona quando a corajosa jovem aproveitou a madrugada para escapar e pedir ajuda aos vizinhos, que imediatamente acionaram o pai da vítima. A fuga marcou o fim de um longo período de sofrimento que incluía privação de alimentação adequada e completo isolamento social.

Condições desumanas no cativeiro

A adolescente era mantida trancada em um cômodo da casa, sem qualquer contato com o mundo exterior. De acordo com informações da TV Anhanguera, a jovem apresentava diversos ferimentos pelo corpo quando foi resgatada, evidenciando os maus-tratos sofridos durante o período de cativeiro.

O pai da vítima, que não tinha contato com a filha desde que a ex-mulher se mudou com a adolescente há cerca de dois anos, revelou detalhes chocantes sobre as condições em que a jovem foi encontrada. "Pela situação em que ela foi encontrada, percebi que estava sendo mantida em cárcere privado, dormindo no chão", relatou o homem, visivelmente abalado.

Em um momento emocionante, o pai contou que comprou uma coxinha para a filha, que lhe confessou não comer o salgado há quase dois anos. O relato demonstra o nível de privação a que a adolescente foi submetida durante seu cativeiro.

Punições cruéis e prisões

A conselheira tutelar Ana Pinheiro Braz dos Santos detalhou o sistema de castigos impostos à jovem. "Eles criavam formas de castigo simplesmente por não gostarem da maneira como ela fazia algo", explicou a conselheira.

Entre as punições aplicadas estavam:

  • Proibição de tomar banho
  • Passar a noite inteira de joelhos
  • Ficar três dias consecutivos sem comer

A Delegacia Estadual da Mulher (DEAM) confirmou a prisão da mãe, do padrasto e de uma terceira mulher que morava na casa e também teria participado das agressões. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).

Atendimento médico e recuperação

A adolescente recebeu atendimento inicial no Hospital Estadual da Mulher e, na última sexta-feira, passou por exames médicos para avaliar os ferimentos e verificar possíveis casos de violência sexual. Atualmente, a jovem está sob os cuidados do pai, que luta para ajudá-la a superar o trauma vivido durante esses dois anos de cativeiro.

O caso ocorrido em Goiânia serve como alerta para a importância da vigilância coletiva e da denúncia em situações de violência doméstica, especialmente quando envolvem crianças e adolescentes.