Um homem de 47 anos foi preso na última quinta-feira (27) em Santana, no Amapá, após ser condenado por crimes graves contra seus enteados. A prisão foi realizada pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam Santana), marcando o fim de um longo processo judicial.
Condenação e prisão do agressor
O acusado recebeu uma sentença total de 24 anos, 11 meses e 25 dias de prisão. Especificamente, foi condenado a 22 anos, 6 meses e 25 dias por estupro de vulnerável e a 2 anos e 4 meses por tortura. Após a audiência de custódia, ele foi encaminhado ao Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
De acordo com a delegada Katiúscia Pinheiro, os crimes começaram em 2018, quando a vítima tinha apenas 12 anos. Os abusos sexuais se repetiram sistematicamente até os 14 anos da adolescente.
Detalhes dos crimes cometidos
Os relatos da investigação revelam uma situação de extrema violência doméstica. "Sempre que a vítima se negava a manter relação sexual com o padrasto, era agredida fisicamente", explicou a delegada. A gravidade dos abusos ficou evidente quando, aos 13 anos, a menina engravidou em decorrência dos estupros.
O criminoso se aproveitava da convivência familiar para ameaçar a menina, impedindo que ela revelasse os abusos à mãe. Ele afirmava que poderia ser preso, mas que, "mesme de dentro da cadeia, iria matá-los".
Além dos abusos sexuais contra a enteada, o homem também torturava o enteado, que tinha 10 anos na época. O menino era agredido frequentemente e precisava se esconder com medo do padrasto. Para esconder as marcas das agressões das visitas, ele era trancado no quarto.
Os métodos de tortura incluíam obrigar o garoto a limpar o quintal nu e ficar de castigo ajoelhado em milho cru.
Revelação dos crimes e rede de apoio
Os crimes só vieram à tona em 2021, quando a vítima foi acolhida em uma instituição e finalmente conseguiu relatar os abusos sofridos durante anos.
Segundo a polícia, a maioria dos casos de abuso sexual contra meninas acontece dentro de casa e envolve parentes ou pessoas próximas da família. Esses crimes são considerados violência doméstica e têm impacto profundamente duradouro na vida das vítimas.
Para combater essa realidade, existem canais de denúncia especializados: Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher), Disque 100 (Direitos Humanos) e Disque 190 (Polícia Militar). As denúncias também podem ser feitas pela Delegacia Virtual ou em qualquer unidade policial.