Suspeito de atropelar e arrastar mulher em SP alega tortura durante prisão
Suspeito de atropelamento em SP alega tortura na prisão

Um caso de extrema violência no trânsito de São Paulo ganhou novos desdobramentos com alegações de tortura durante a prisão do suspeito. Douglas Alves da Silva, acusado de atropelar e arrastar Tainara Souza Santos, de 31 anos, afirmou em audiência de custódia que foi torturado pela polícia.

O crime e a prisão do suspeito

O atropelamento ocorreu na manhã de sábado, 29 de novembro, no Parque Novo Mundo, zona norte da capital paulista. Segundo registros de câmeras de segurança e relatos de testemunhas, Douglas atingiu Tainara com um Golf preto em uma avenida de acesso à marginal Tietê e continuou dirigindo com o corpo da vítima preso ao veículo.

Motoristas que passavam pelo local filmaram a cena chocante do carro arrastando a mulher por um trecho da via. Um funcionário de um bar próximo disse à polícia que a ação foi intencional, afirmando que o motorista atropelou, passou por cima da vítima e, com ela já sob o veículo, puxou o freio de mão e fez movimentos bruscos.

Após a investigação com imagens de câmeras e dados de radares, a polícia localizou Douglas em um hotel na zona leste de São Paulo na noite de domingo, 30 de novembro. Segundo o boletim de ocorrência, ele reagiu à prisão e foi baleado no braço, sendo depois encaminhado para o hospital e, posteriormente, para a delegacia.

Alegações de tortura e resposta das autoridades

Durante a audiência de custódia, realizada na segunda-feira, 1º de dezembro, o suspeito, através de seu advogado Marcos Tavares Leal, alegou ter sido torturado. A defesa afirma que Douglas estava dormindo quando a polícia invadiu o quarto do hotel e o agrediu.

O advogado declarou às autoridades que seu cliente não recebeu atendimento médico adequado e permaneceu com a ferida do tiro exposta, em risco de infecção, especialmente diante das condições insalubres da custódia. Em um ofício, o juiz do caso acionou a Corregedoria para apurar a conduta dos policiais durante a prisão.

Em nota, a Polícia Civil se defendeu, afirmando que a abordagem cumpriu "todos os requisitos necessários" e foi realizada dentro da legalidade. A corporação disse que Douglas foi autuado em flagrante por resistência e desobediência e levado à delegacia após receber atendimento médico. Ele permanece preso por decisão judicial.

Estado grave da vítima e investigações em andamento

Enquanto as alegações de violência policial são investigadas, a vítima, Tainara Souza Santos, luta pela vida em um hospital. Ela sofreu ferimentos gravíssimos e teve ambas as pernas amputadas. A mulher está intubada e deve passar por uma nova cirurgia de enxerto nesta terça-feira, 2 de dezembro.

O caso segue sob investigação, com a polícia analisando as imagens das câmeras de segurança e os depoimentos das testemunhas. A Corregedoria deve apurar as denúncias de tortura apresentadas pela defesa de Douglas Alves da Silva, enquanto a Justiça acompanha o estado de saúde da vítima e o andamento do processo contra o acusado.