
A coisa toda começou com um clima pesado no trabalho, daqueles que dá pra cortar com uma faca. E terminou no asfalto quente de São Carlos, com um homem sendo arrastado por dois quarteirões inteiros. Um pesadelo.
Segundo relatos da própria irmã da vítima – que prefere não se identificar com medo de represálias –, os dois homens, colega de serviço, vinham travando uma série de desentendimentos. Não era uma briga qualquer, era algo que já fervia há tempos. E na tarde de terça-feira (19), o caldeirão transbordou de um jeito que ninguém poderia imaginar.
O motorista, num acesso de raiva incontrolável, teria pegado o carro da empresa, mirou e atropelou o motociclista de forma deliberada. Mas não parou por aí. O que veio depois é de cortar o coração: ele seguiu arrastando o corpo do homem por nada menos que duas quadras, perto do cruzamento das avenidas Comendador Alfredo Maffei e São Carlos.
“Ele fez de propósito”, desabafa irmã da vítima
A frieza do ato é que mais assusta. A irmã do motociclista não tem dúvidas: foi intencional. “Meu irmão contou que já vinha tendo problemas com esse colega. E aí, hoje, ele simplesmente usou o carro como arma. Foi na maldade mesmo, pra cima”, descreve, com a voz ainda trêmula. “Ele fez de propósito, com toda a certeza. Depois que atropelou, ainda arrastou. Como alguém faz uma coisa dessas?”.
O susto, o barulho, o caos. Testemunhas que viram a cena ainda estão tentando processar o que aconteceu. Uma delas, que pediu para não ser identificada, chegou a gravar um vídeo do carro – um Fiat Mobi de cor branca, com adesivos da empresa – fugindo do local. Uma cena sinistra.
Busca pelo suspeito e estado da vítima
Enquanto isso, a Polícia Militar está com as buscas a todo vapor para encontrar o condutor. A gente sabe que ele abandonou o veículo na Avenida São Carlos, não muito longe dali, e simplesmente desapareceu. Sumiu no mundo.
Já o motociclista, ainda bem, está vivo. Foi levado correndo para o pronto-socorro municipal. Passou por cirurgia e agora aguarda na enfermaria. Os médicos dizem que o estado dele é estável, graças a Deus, mas o trauma – tanto o físico quanto o psicológico – vai demorar a sarar. Muito tempo.
Agora, o caso é tratado como tentativa de homicídio. A delegacia tá a par de tudo, e o depoimento da vítima deve ser colhido assim que os médicos autorizarem. Até lá, uma pergunta fica no ar, ecoando na cidade: até onde vai a raiva de uma pessoa?