Tarcísio defende prisão perpétua e leis mais duras contra crime no Brasil
Tarcísio defende prisão perpétua no Brasil

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, manifestou apoio a mudanças radicais na legislação penal brasileira durante evento realizado nesta quinta-feira (21). O político defendeu leis mais severas contra o crime e se declarou favorável à instituição da prisão perpétua no país.

Defesa de medidas rigorosas

Em participação em evento da XP Asset Management, Tarcísio afirmou que a mudança na legislação é necessária e bem-vinda. O governador não escondeu sua posição sobre a necessidade de enfrentar a criminalidade com maior rigor.

"Eu defendo algumas mudanças que sejam até radicais. Que a gente comece a realmente enfrentar o crime com a dureza que o crime merece", declarou Tarcísio. "Eu não acho, por exemplo, nenhum absurdo ter a prisão perpétua no Brasil".

Referência a El Salvador

O governador paulista citou como exemplo a gestão do presidente Nayib Bukele em El Salvador. A experiência do país centro-americano foi mencionada como parâmetro para discussões sobre segurança pública no Brasil.

"Temos que aproveitar para repassar aquilo que a gente está fazendo. Mal comparando, vamos ver o que o Bukele fez em El Salvador: o que era e o que é", comparou Tarcísio.

Embora El Salvador tenha registrado significativa redução nas taxas de homicídio sob a política de combate ao crime organizado, o método adotado por Bukele gerou controvérsias internacionais. O processo incluiu prisões em massa e recebeu críticas por suposto desrespeito ao devido processo legal, além de denúncias de tortura e mortes de detentos.

Contexto político e eleitoral

As declarações do governador ocorrem em momento de antecipação do debate sobre segurança pública com vistas às eleições de 2026. Tarcísio já se declarou candidato à reeleição em São Paulo, mas também é cotado para disputar a presidência e herdar o espólio político de Jair Bolsonaro.

No mesmo evento, o governador comentou sobre a situação do ex-presidente, afirmando que Bolsonaro terá papel relevante na organização política para 2026. Tarcísio reconheceu que a "grande liderança da direita está passando por um processo e isolamento", mas defendeu calma no tratamento do assunto.

Bolsonaro, de quem Tarcísio foi ministro, foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por crimes incluindo tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito.

Debate sobre segurança pública

A questão da segurança pública tornou-se centro de embates políticos após a megaoperação no Rio de Janeiro que resultou em 121 mortos. O tema costuma ser identificado em pesquisas como uma das principais preocupações dos eleitores brasileiros.

Recentemente, o deputado Guilherme Derrite, que se afastou do comando da Segurança Pública do governo Tarcísio para relatar o PL Antifacção, enfrentou desgaste político com propostas que incomodaram até setores da direita. Após críticas sobre fragilidade técnica, o projeto sofreu mudanças e foi aprovado na Câmara.

A infiltração do crime organizado em setores da economia também preocupa investidores, empresários e gestores de fundos, conforme revelado por reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

Lideranças do União Brasil, reunidas na noite de quinta-feira (27) em Curitiba, indicaram que pretendem colocar a segurança pública no centro do debate eleitoral de 2026, apostando no desgaste do governo federal na área.