Uma reunião histórica mobilizou autoridades e moradores de Alter do Chão na noite de 6 de novembro para discutir o aumento da violência na vila turística de Santarém, no oeste do Pará. O encontro, presidido por Iure Dias, reuniu representantes da Polícia Militar, líderes religiosos, educadores e comunidade local em busca de soluções para os problemas de segurança.
Propostas oficiais e alertas importantes
Durante a abertura da assembleia, o presidente Iure Dias destacou o crescimento acelerado da vila e anunciou que três terrenos foram oferecidos à Polícia Militar do Pará para implantação da Companhia Independente de Policiamento Turístico (CIPTUR). O local escolhido para sediar a nova unidade foi o campo do Cebinho, no bairro União I.
Dias também fez um alerta grave sobre a ausência de um escrivão da Polícia Civil na vila, situação que compromete seriamente o andamento de investigações criminais na região. Esta deficiência estrutural foi apontada como um dos principais obstáculos para o combate eficiente à criminalidade.
Envolvimento comunitário e sugestões
O padre José Boing reforçou que a segurança é uma responsabilidade coletiva e sugeriu a criação de um fórum permanente de discussão, além de um plano comunitário de ação. Ele defendeu políticas de polícia comunitária, justiça restaurativa e ações ambientais, incluindo a recuperação de igarapés e programas de conscientização da população.
O professor Cleuton Waughan revelou que o projeto de segurança encaminhado ao deputado federal Henderson Pinto já chegou a Brasília, destacando a importância histórica do evento: esta foi a primeira assembleia proposta por um comandante da PM em Alter do Chão.
Relatos da população e problemas identificados
O sargento J. Filho, do 2° PPD, confirmou o aumento de ocorrências ilícitas em outubro e pediu maior engajamento da comunidade. Ele também sugeriu a criação de um canal direto entre a população e a Polícia Militar, denunciando a carência de efetivo e a ausência de policiais civis na vila.
Entre os moradores, as manifestações refletiram tanto indignação quanto sugestões práticas. Houve críticas sobre o uso de grupos de WhatsApp para divulgar operações policiais, enquanto outros defenderam os artesãos e visitantes conhecidos como "Hippies", afirmando que são injustamente culpados por problemas locais.
Diversos moradores relataram preocupações com som alto, consumo de drogas e violência, especialmente na Praça 7 de Setembro e no Centro de Atendimento ao Turista (CAT). Um participante afirmou que a praça "se tornou um local privado" e denunciou suposta conivência com o tráfico, pedindo união entre as associações locais.
Encaminhamentos e compromissos assumidos
Ao final do encontro, que se estendeu até aproximadamente 21:00, foram definidos três encaminhamentos práticos:
- Elaboração de um relatório com base na ata para envio às autoridades competentes — e, se necessário, ao Ministério Público
- Criação de um grupo de WhatsApp entre associações comunitárias
- Envio de ofício à Secretaria de Trabalho e Assistência Social (SENTRAS) solicitando a retirada de pessoas em situação de alcoolismo da praça central
A reunião foi encerrada com a assinatura de todos os presentes, consolidando o compromisso conjunto de transformar as discussões em medidas concretas pela segurança da vila turística mais famosa da região oeste do Pará.