O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), lançou nesta segunda-feira, 24 de novembro de 2025, uma nova ofensiva na área de segurança com a Operação Barricada Zero. Durante coletiva de imprensa, o político fez uma promessa ousada: realizar operações diárias contra barricadas instaladas por criminosos até o último dia do seu mandato.
Estratégia de segurança pública
A operação inaugural mobilizou uma força-tarefa que incluiu as polícias do Rio e resultou na remoção de mais de 200 toneladas de materiais usados como bloqueios em diversas comunidades. De acordo com o plano anunciado, cinco a seis localidades por dia serão alvos da mobilização policial.
Neste primeiro dia de ação, as equipes atuaram em comunidades do Rio de Janeiro, São Gonçalo e Baixada Fluminense. O governador destacou que a iniciativa tem coordenação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e conta com participação integrada de múltiplas instituições.
Primeiro dia de operações
Na capital fluminense, os agentes foram à região da Cidade de Deus com apoio de maquinário pesado. No local, removeram bloqueios construídos com concreto, pneus e colchões que impediam o acesso a vias importantes para quem se desloca para a Barra, Curicica e Taquara, na Zona Sudoeste da cidade.
Em outro ponto da comunidade, foi necessário remover pedras que haviam sido fincadas no chão para obstruir a circulação. As barricadas não apenas dificultam a entrada das polícias nessas localidades, mas funcionam como marcos de domínio e exploração territorial por parte do crime organizado.
Além da Cidade de Deus
As ações do primeiro dia também atingiram as comunidades São Simão e Dom Bosco, em Queimados; Mangueirinha, em Caxias; Grão Pará, em Nova Iguaçu; e Jardim Catarina, em São Gonçalo. O governador revelou que, apenas na manhã desta segunda-feira, pelo menos cinco pessoas foram presas durante as operações.
A operação conta com a participação da PM, Polícia Civil, secretarias de Infraestrutura e Obras Públicas, de Cidades e de Habitação de Interesse Social, Empresa de Obras Públicas, Instituto de Segurança Pública (ISP) e prefeituras municipais.
Cenário político em 2026
O timing das operações coincide com movimentos políticos importantes. O tempo de permanência de Castro no Palácio Guanabara ainda depende de decisões e acordos políticos. Caso dispute uma vaga no Senado em 2026, terá que deixar o governo no começo de abril daquele ano.
Diante dessa possibilidade e do ganho repentino de popularidade após as megaoperações nos complexos da Penha e do Alemão, o governador articula politicamente para colocar em seu lugar um sucessor de inteira confiança e perfil técnico, que precisará ser aprovado pela Alerj.
Manter o protagonismo na área de segurança pública surge como uma forma de garantir influência nesse jogo político. As ações policiais agora anunciadas fazem parte dessa estratégia mais ampla, que visa consolidar uma imagem de gestor firme no combate ao crime organizado.
As barricadas removidas representam mais do que obstáculos físicos - simbolizam o jugo do tráfico e da milícia sob o qual vivem milhares de moradores dessas comunidades. Sua eliminação sistemática, conforme prometido pelo governador, busca restabelecer não apenas a mobilidade, mas a presença do Estado nesses territórios.