Violência em unidade de saúde assusta profissionais em Belo Horizonte
Uma cena de violência abalou o Centro de Saúde Heliópolis, na Região Norte de Belo Horizonte, na noite de terça-feira (18). Duas funcionárias da unidade foram agredidas fisicamente por uma paciente que chegou alterada ao local buscando informações sobre o atendimento de seu pai.
O que desencadeou a agressão
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Guarda Civil Municipal, a mulher procurava saber qual profissional havia ligado para ela sobre a troca de sonda de seu pai, um idoso acamado. Ao ser informada que precisaria aguardar para obter essas informações, a paciente perdeu a paciência e iniciou uma série de xingamentos e ameaças.
Testemunhas relataram que a agressora chegou a ameaçar "dar um tiro na cabeça de todo mundo" antes de partir para a agressão física. A situação escalou rapidamente quando a mulher empurrou e tentou agredir uma enfermeira, atingindo-a de raspão na testa.
Outra funcionária que tentou intervir para conter os ataques também foi violentamente empurrada contra a porta do elevador, segundo os relatos.
Falta de segurança preocupa profissionais
O episódio trouxe à tona uma preocupação recorrente entre os trabalhadores da saúde pública na capital mineira: a falta de segurança nas unidades após o horário comercial.
O marido da enfermeira agredida revelou ao g1 que a Guarda Municipal só permanece nos Centros de Saúde até às 16 horas. "Após esse horário, as unidades ficam completamente sem segurança. O episódio ocorreu justamente depois desse horário, quando o posto já estava sem qualquer proteção", lamentou.
Ele destacou ainda que situações como essa não são isoladas e que os profissionais estão cada vez mais vulneráveis enquanto exercem suas funções. O caso aconteceu exatamente no período em que não havia nenhum agente de segurança no local.
Desfecho do caso e justificativas
A Guarda Municipal foi acionada pelo Centro de Controle Operacional e conduziu tanto a agressora quanto as funcionárias agredidas à delegacia para registro do ocorrido.
Durante o depoimento, a mulher alegou que perdeu a cabeça após várias tentativas frustradas de conseguir atendimento para o pai. A justificativa, no entanto, não ameniza a gravidade das agressões sofridas pelas profissionais.
O g1 tentou contato com a Polícia Civil, com o sindicato da categoria e com a Prefeitura de Belo Horizonte para obter mais informações sobre o caso e sobre as medidas que serão tomadas para evitar novos episódios, mas ainda aguarda retorno.
O caso serve como alerta para as autoridades sobre a necessidade de reforçar a segurança nas unidades de saúde, especialmente em horários em que os profissionais ficam mais expostos a situações de risco.