Vizinho confessa assassinato e esquartejamento de menino de 10 anos em Assis
Vizinho confessa crime contra menino de 10 anos em Assis

Júri suspenso para avaliação psicológica do acusado

O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a suspensão do júri popular de Luis Fernando Silla de Almeida, de 46 anos, acusado de assassinar e esquartejar o menino Mateus Bernardo Valim de Oliveira, de apenas 10 anos, em Assis, no interior paulista. A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (27) após acesso do g1 aos documentos do processo.

Conforme a determinação judicial, será instaurado um incidente de sanidade mental para avaliar a condição psicológica do réu no momento do crime. Um laudo pericial deverá indicar se Luis Fernando tinha plena consciência de seus atos ou capacidade de agir conforme a lei quando cometeu o assassinato.

O processo permanecerá suspenso até a conclusão dessa avaliação psicológica. O júri popular havia sido marcado inicialmente para o dia 20 de maio deste ano.

Detalhes chocantes do crime

Mateus Bernardo Valim desapareceu no dia 11 de dezembro, após sair de casa para andar de bicicleta no bairro Vila Glória, em Assis. Imagens de câmeras de segurança registraram o menino pedalando sozinho pela Rua André Perini, aproximadamente um quilômetro distante do local onde seu corpo seria encontrado posteriormente.

Luis Fernando Silla de Almeida, vizinho da vítima, está preso desde o dia 17 de dezembro, quando o corpo de Mateus foi localizado. As investigações da Polícia Civil, concluídas no final de fevereiro, apontam que o acusado agiu sozinho e cometeu o crime após uma tentativa de abuso sexual contra o menino.

O delegado responsável pelo caso, Tiago Bergamo, revelou durante coletiva de imprensa que o suspeito confessou ter levado Mateus para uma área de mata sob o pretexto de realizar um piquenique. No local, Luis Fernando tentou abusar sexualmente do garoto, que reagiu às investidas.

"Um arremessou pedras no outro, até que ele arremessou uma pedra na criança, e percebeu, depois ali, que ela já estava sem vida", relatou o delegado, reproduzindo a confissão do acusado.

Tentativa de ocultação do corpo

Após perceber que Mateus estava morto, Luis Fernando tomou uma atitude ainda mais brutal. Ele voltou para sua residência, buscou uma serra e retornou ao local do crime para esquartear o corpo da vítima. Apesar dos esforços das autoridades, nem todas as partes do corpo do menino foram recuperadas.

Mateus foi enterrado no dia 20 de dezembro por decisão da família, enquanto a prisão temporária do acusado foi convertida em preventiva. Desde então, Luis Fernando aguarda o julgamento na cadeia.

As investigações revelaram que o suspeito mantinha uma relação de proximidade com a vítima. Mateus frequentava a casa de Luis Fernando, onde consertavam bicicletas juntos. O delegado Bergamo descreveu essa relação como um "cavalo de Tróia", onde o acusado se aproximou da família de forma aparentemente confiável, mas com intenções ocultas.

Durante seu depoimento, Luis Fernando apresentou versões contraditórias sobre os acontecimentos, o que levantou suspeitas dos investigadores. Ele chegou a afirmar que ouvia vozes que o incentivavam a cometer o crime e que sentia inveja da alegria das crianças do bairro.

O caso gerou grande comoção na cidade de Assis e nas redes sociais, com manifestações de solidariedade à família de Mateus e revolta pela brutalidade do crime.