Um tumulto envolvendo aproximadamente 20 adolescentes internos foi registrado nesta quinta-feira (25) no Centro Socioeducativo de Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais. O incidente, classificado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) como uma "ação de subversão à ordem", mobilizou a Polícia Militar e colocou em evidência as condições de funcionamento da unidade.
Detalhes do incidente e atuação das autoridades
De acordo com informações oficiais, por volta das 9h da manhã, os jovens internados no centro iniciaram a ação, dando chutes nas portas dos alojamentos. A Polícia Militar foi acionada para conter a situação e realizou revistas nas dependências. A Sejusp informou que, por volta das 14h, a normalidade já havia sido restabelecida no local.
A direção do centro socioeducativo vai encaminhar um boletim de ocorrência para a autoridade policial e para a Justiça, que também receberá um relatório detalhado dos fatos. A pasta estadual afirmou ainda que "os adolescentes poderão sofrer sanções disciplinares, após o término das apurações do ocorrido".
Sindicato aponta causas estruturais e falta de servidores
O Sindicato dos Agentes de Segurança Socioeducativos de Minas Gerais (Sindsisemg) apresentou uma visão crítica sobre as causas do tumulto. A entidade atribuiu o episódio à falta de servidores durante o plantão de Natal e à estrutura inadequada da unidade.
Conforme o sindicato, os gestores responsáveis não teriam ouvido os alertas feitos anteriormente pelos "trabalhadores da linha de frente", que lidam diretamente com os internos. Apesar de não caracterizar o evento como uma rebelião, o Sindsisemg afirma que o tumulto evidencia as condições precárias de funcionamento do centro, que estaria com "grave déficit estrutural".
Denúncias sobre as instalações e superlotação
A instituição sindical alega que as instalações da unidade de Sete Lagoas estão deterioradas. Em contrapartida a essa situação, a Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo (Suase) teria planejado a ampliação do número de adolescentes atendidos no local, o que poderia agravar os problemas já existentes.
A TV Globo procurou a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) para obter um posicionamento sobre as acusações feitas pelo sindicato, mas não recebeu resposta até a última atualização da reportagem.
O caso reacende o debate sobre a situação dos centros socioeducativos no estado, levantando questões sobre segurança, condições de trabalho dos servidores e a efetividade das medidas aplicadas aos adolescentes em conflito com a lei.