Condenado a 71 anos: série de crimes brutais em Rio Verde, GO
Suposto serial killer condenado a 71 anos em Goiás

Um homem acusado de uma série de crimes brutais em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, foi condenado a 71 anos de prisão. Rildo Soares é apontado pela polícia como um suposto assassino em série e confessou o feminicídio, estupro e ocultação do corpo de Monara Pires, de 31 anos, que vivia em situação de rua.

Detalhes da condenação e dos crimes

Na segunda-feira, 15 de abril, o Tribunal de Justiça de Goiás anunciou a sentença contra Rildo Soares. Ele deverá cumprir a pena em regime fechado e não terá direito a recorrer em liberdade. A decisão foi proferida pelo juiz Cláudio Roberto Costa dos Santos Silva, da 4ª Vara Criminal da Comarca de Rio Verde.

A condenação foi dividida pelos crimes cometidos contra Monara Pires: 61 anos e sete meses por feminicídio qualificado, nove anos por estupro de vulnerável e um ano e dois meses pela ocultação do cadáver. A defesa do acusado, representada pelo advogado Nylson Schmidt, declarou ao g1 que acata o veredito, que considera soberano e representativo da sociedade.

Uma série de violências

Este foi o segundo julgamento de Rildo Soares em menos de uma semana. Na quarta-feira, 10 de abril, ele já havia sido condenado a 41 anos de prisão pela morte, estupro, ocultação de cadáver e roubo de Elisângela Silva de Souza. A vítima havia saído de casa de madrugada para trabalhar.

De acordo com o delegado Adelson Candeo, responsável pelas investigações, o condenado ainda passará por mais um julgamento, marcado para terça-feira, 16 de abril. Os casos revelam um padrão de violência extrema.

A crueldade do crime contra Monara Pires

O crime contra Monara Pires, ocorrido na madrugada de 7 de julho no Bairro Popular, foi classificado pelo delegado como "extremamente cruel". Segundo a denúncia do Ministério Público, Rildo atraiu a vítima para um terreno baldio sob o pretexto de consumirem drogas juntos.

O motivo do ataque, conforme as investigações, foi uma suposta desconfiança de que Monara teria roubado dinheiro no local onde ele morava. Em seu depoimento à polícia, Rildo detalhou a brutalidade: após desferir uma primeira pancada, ele perseguiu a vítima, jogou uma cama-box sobre ela, ateou fogo e subiu em cima do móvel para impedi-la de sair.

"Ela se debate em meio às chamas e ele continua em cima da cama-box para que ela queime o máximo possível", relatou o delegado Adelson Candeo. A polícia confirmou que o corpo foi encontrado parcialmente carbonizado e que Monara ainda respirava quando foi queimada.

Quem era Monara Pires

Por trás da tragédia, havia uma mulher com história e família. Monara Pires Gouveia de Moraes, de 31 anos, era mãe de dois filhos e já havia trabalhado como atendente de padaria. Em entrevista ao g1, sua irmã, Nayara Pires, a descreveu como uma pessoa "companheira" e "divertida".

"Como mãe, Monara era uma leoa-protetora, e também muito divertida, ela adorava brincar com os filhos. Muitas vezes, eu brincava com ela, falando que ela parecia mais uma irmã do que uma mãe", contou Nayara.

A irmã revelou que Monara tinha uma família estruturada e apoio, mas enfrentava problemas com dependência química, o que a impediu de continuar um curso de direito e a levou a viver em situação de rua. Ela também teve um relacionamento conturbado de cinco meses com outro homem, que chegou a ser preso inicialmente como suspeito do crime, mas foi liberado após a confissão de Rildo Soares.

Justiça em andamento

As condenações sucessivas de Rildo Soares representam um passo significativo na busca por justiça para as vítimas e suas famílias em Rio Verde. Os casos jogam luz sobre a violência contra mulheres, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social.

O desfecho judicial, com penas severas, envia uma mensagem clara sobre a intolerância do sistema de justiça e da sociedade a crimes de tamanha barbárie. A comunidade local aguarda o desfecho do próximo julgamento, esperando que a justiça continue a ser feita.