Uma operação da Polícia Civil de Goiás resultou na prisão de quatro pessoas suspeitas de envolvimento no assassinato do empresário Fabrício Brasil Lourenço, de 49 anos. O crime ocorreu a tiros na noite do dia 4 de outubro, em frente a uma pastelaria no Bairro Feliz, em Goiânia.
Detalhes da operação e envolvimento policial
Nesta quinta-feira (4), a Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) cumpriu quatro mandados de prisão e nove de busca e apreensão nas residências dos investigados. Entre os presos estão dois sargentos da Polícia Militar do estado de Goiás. A ação foi acompanhada pela Corregedoria da PM, conforme nota divulgada pela instituição.
A Polícia Militar emitiu uma nota afirmando que "acompanhou integralmente o cumprimento dos mandados judiciais" e que "cumpre rigorosamente todas as determinações legais e judiciais". A defesa dos investigados não foi localizada pela reportagem até o momento da publicação.
A Polícia Civil informou que as investigações seguem em sigilo até a conclusão do inquérito. As imagens do crime, registradas por câmeras de segurança, mostram o momento exato do assassinato.
Vítima estava sob investigação por desvio milionário
Fabrício Brasil Lourenço não era apenas comerciante. Ele atuava como secretário executivo da associação União Mais Saúde, entidade que se envolveu em um caso de desvio de recursos públicos.
Em agosto de 2024, a associação firmou um convênio de R$ 10 milhões com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia para fornecer exames a pacientes transplantados com doença de Crohn. A operação que investiga o caso foi batizada de "Speed Cash" pela rapidez com que o contrato foi realizado e o pagamento autorizado.
O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) suspendeu o convênio. A investigação apontou que não houve processo licitatório e que a associação procurou a prefeitura para oferecer o serviço. No mesmo dia da assinatura, a Prefeitura autorizou um pagamento de R$ 5 milhões, sem a entrega de qualquer serviço.
Histórico de violência no local e possíveis conexões
Este não é o primeiro crime violento a ocorrer no mesmo estabelecimento. Em abril de 2023, o fisioterapeuta Adriano Oliveira Arantes foi morto a tiros dentro da pastelaria. Na época do assassinato de Fabrício, o delegado Vinicius Teles, responsável pelas investigações, não descartou a possibilidade de os dois casos estarem conectados.
A operação desta quinta-feira marca um avanço significativo no caso, mas a polícia ressalta que as investigações continuam para esclarecer todos os detalhes e motivações por trás do crime.