O Rio de Janeiro viveu um dia de profunda comoção nesta terça-feira (29) durante o enterro dos dois policiais civis assassinados durante uma megaoperação no Complexo da Maré. As homenagens foram marcadas por lágrimas, aplausos e revolta diante da violência que ceifou duas vidas a serviço da segurança pública.
Cerimônia Emocionante no Cemitério da Penitência
O velório dos investigadores Fábio de Almeida e Rafael de Oliveira aconteceu na sede da Polícia Civil, no Centro do Rio, e reuniu familiares, amigos e colegas de profissão. O clima era de dor contida, com muitos segurando bandeiras do Brasil e faixas em homenagem aos policiais.
No Cemitério da Penitência, no Caju, a despedida final foi acompanhada por uma salva de tiros, tradicional homenagem aos mortos em serviço. Colegas carregaram os caixões cobertos com a bandeira do estado enquanto familiares se despediam entre lágrimas.
Operação que Terminou em Tragédia
Os dois policiais foram mortos na última sexta-feira (26) durante uma operação de grande porte no Complexo da Maré, uma das maiores favelas do Rio. A ação, que mobilizou mais de 300 agentes, tinha como objetivo prender integrantes de uma facção criminosa que dominava a região.
Durante os confrontos, os investigadores foram surpreendidos por criminosos fortemente armados. A troca de tiros foi intensa e resultou na morte dos dois profissionais, que atuavam há anos no combate ao crime organizado.
Repercussão e Promessas de Justiça
O secretário de Polícia Civil, Fernando Veloso, compareceu ao enterro e garantiu que a investigação sobre as mortes continuará até que todos os responsáveis sejam identificados e punidos. "Não vamos descansar enquanto não fizermos justiça por nossos colegas", afirmou emocionado.
Colegas dos policiais mortos relataram a dor de perder companheiros de trabalho e destacaram a dedicação de ambos à profissão. "Eram profissionais exemplares, que amavam o que faziam e sempre estavam na linha de frente", declarou um investigador que preferiu não se identificar.
Famílias Pedem por Mais Segurança
Parentes dos policiais mortos manifestaram durante o velório a necessidade de mais investimentos em segurança e melhores condições de trabalho para os agentes. A viúva de um dos investigadores questionou publicamente as condições em que as operações são realizadas.
"Quantos mais precisam morrer para que algo mude? Nossos policiais merecem respeito e condições dignas de trabalho", desabafou uma familiar entre lágrimas.
A morte dos dois agentes reacendeu o debate sobre a segurança pública no Rio de Janeiro e a violência em comunidades controladas por facções criminosas. Enquanto as famílias iniciam o difícil processo de luto, a promessa de justiça ecoa entre os corredores da Polícia Civil.