A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19) uma operação de grande porte para desarticular uma sofisticada rede de envio ilegal de ouro extraído de garimpos em Roraima. Batizada de Operação Aurum Missum, a ação investiga um esquema que movimentou valores milionários e ameaça terras indígenas.
Detalhes da operação policial
Os agentes federais cumpriram 10 mandados de busca e apreensão distribuídos entre endereços em Roraima e São Paulo. Além disso, foi determinado o bloqueio judicial de bens avaliados em mais de R$ 5 milhões, valor que representa o montante movimentado ilegalmente pela organização criminosa.
De acordo com as investigações da PF, as empresas de transporte envolvidas no esquema desenvolviam métodos elaborados para burlar a fiscalização. O ouro era ocultado em cargas comuns e acompanhado de documentos falsificados que permitiam a passagem do material por pontos de controle, incluindo aeroportos.
Métodos do crime organizado
O modus operandi do grupo incluía a utilização de intermediários financeiros para movimentar os valores obtidos com a venda do minério. Essa estratégia tinha como objetivo principal dar aparência lícita ao ouro extraído de áreas de garimpo ilegal, mascarando a origem ilícita do material.
As investigações revelaram que toda a operação foi montada para contornar os sistemas de controle e fiscalização, criando uma rota aparentemente legal para o minério proveniente de fontes irregulares.
Impacto nas terras indígenas
O garimpo ilegal em Roraima representa uma grave ameaça à vida nas terras indígenas, com destaque para a Terra Yanomami, a maior do Brasil. Relatórios técnicos e denúncias de lideranças indígenas apontam que garimpeiros continuam operando dentro de territórios protegidos, mesmo quase três anos após a declaração de emergência na região.
Os impactos dessa atividade ilegal são múltiplos e devastadores:
- Devastação ambiental em larga escala
- Contaminação por mercúrio de rios e solos
- Conflitos violentos com populações indígenas
- Danos sociais e econômicos irreparáveis
A situação tornou-se um desafio persistente para órgãos de fiscalização e controle, exigindo operações contínuas como a Aurum Missum para combater as organizações criminosas que se beneficiam da extração e comercialização ilegal de ouro.
