A Justiça do Ceará absolveu nesta segunda-feira (24) o delegado Luciano Barreto Coutinho Benevides e o escrivão José Werbster Gonçalves de Sousa das acusações de tentativa de homicídio contra onze pescadores da cidade de Acaraú. O caso, que remonta ao ano de 2004, chegou ao fim após decisão do tribunal do júri.
Os detalhes do caso Curral Velho
Segundo as denúncias do Ministério Público, em setembro de 2004, os agentes teriam atacado as vítimas em um viveiro de camarões localizado na comunidade de Curral Velho. Três pescadores foram atingidos por disparos de arma de fogo, enquanto outros relataram ter sofrido agressões físicas com golpes de pau e cassetete.
O incidente teria ocorrido a mando de uma empresa de pescados que era alvo de denúncias da comunidade por causar destruição no manguezal da região. Na época da ocorrência, os três policiais envolvidos estavam lotados no município de Horizonte.
Arsenal apreendido e prisões
Quando foram presos, os agentes estavam portando um arsenal composto por armas particulares e equipamento estatal, incluindo pistolas, revólveres, espingardas, grande quantidade de munição, coletes balísticos e algemas. A apreensão do material ocorreu durante as investigações iniciais do caso.
Durante o julgamento, os jurados não reconheceram a materialidade dos crimes imputados a Luciano Barreto e José Werbster, resultando na absolvição de ambos. Em respeito à soberania do veredicto do júri, o Conselho de Sentença rejeitou a pretensão do Ministério Público pela condenação.
Julgamento do terceiro envolvido foi adiado
O subtenente da Polícia Militar José Roberto Lira da Silva, que também seria julgado no mesmo processo, teve sua sessão adiada na última sexta-feira (21). A defesa do militar alegou motivos de saúde, e a Justiça acatou o pedido de postponamento.
Até o momento, não há uma nova data definida para o julgamento do terceiro acusado no caso que completa quase duas décadas desde sua ocorrência.