A Defensoria Pública do Rio de Janeiro entrou com uma ação judicial exigindo acesso imediato às imagens das câmeras corporais utilizadas por policiais militares durante uma operação no Complexo do Alemão. O pedido, feito na última quinta-feira (31), também cobra explicações formais sobre o uso de baterias extras nos equipamentos pelos agentes.
Transparência em jogo
O caso ganhou contornos de polêmica após a Defensoria descobrir que policiais estariam utilizando baterias adicionais em suas câmeras corporais durante a ação no Alemão. A informação levantou suspeitas sobre a possibilidade de manipulação ou ocultação de registros importantes.
"A utilização de baterias extras pode indicar a intenção de desligar as câmeras em momentos específicos da operação", alertou um representante da Defensoria. A instituição teme que práticas como essa comprometam a transparência que as câmeras deveriam garantir.
Operação sob suspeita
Durante a operação em questão, realizada no último dia 25 de outubro, testemunhas relataram excessos por parte da polícia. No entanto, sem o acesso às imagens completas, fica difícil comprovar ou descartar as denúncias.
A Defensoria argumenta que as câmeras corporais foram implementadas justamente para trazer mais transparência às ações policiais e proteger tanto os cidadãos quanto os próprios agentes. O possível uso de baterias extras para estender o tempo de gravação ou manipular o funcionamento dos equipamentos vai contra esse propósito.
Pedidos concretos
Entre as exigências feitas pela Defensoria estão:
- Acesso integral a todas as imagens capturadas durante a operação
- Esclarecimentos formais sobre o protocolo de uso das câmeras
- Explicações detalhadas sobre a autorização para uso de baterias extras
- Informações sobre eventuais sanções a agentes que desligarem os equipamentos
O caso agora está nas mãos da Justiça, que deverá decidir sobre o fornecimento do material. Enquanto isso, moradores do Complexo do Alemão aguardam respostas sobre o que realmente aconteceu durante a operação policial.