Policiais Militares Presos por Desvio de Fuzil no Rio
A Justiça do Rio de Janeiro determinou a prisão de cinco policiais militares do Batalhão de Choque suspeitos de desviar um fuzil apreendido durante a megaoperação Contenção, realizada no dia 28 de outubro no complexo da Penha. As investigações revelaram diálogos comprometedores entre os PMs, captados por câmeras corporais acopladas às fardas.
Diálogos Reveladores e Ocultação da Arma
De acordo com a decisão judicial assinada pelo juiz Thales Nogueira Cavalcanti Venancio Braga, do Tribunal de Justiça do Rio, as conversas entre os policiais mostram um dos PMs, o terceiro sargento Eduardo de Oliveira Coutinho, informando aos colegas que iria guardar o fuzil apreendido em sua mochila. A arma nunca foi apresentada formalmente às autoridades, gerando fundada suspeita de desvio e ocultação do armamento.
Os diálogos captados pela câmera corporal mostram Coutinho afirmando a Marcelo Luiz do Amaral: "Eu vou tirar e colocar na minha mochila de novo, está separado, pode botar nesse daí?". Em outro momento, Coutinho completa: "Vou colocar lá atrás do banco, valeu? Porque eu vou levar de novo, porque eu vou tirar e levar minha mochila de novo, está separado".
Investigação e Prisões
A Corregedoria da PM prendeu nesta sexta-feira (28) os cinco policiais militares identificados como:
- Terceiro sargento Eduardo de Oliveira Coutinho
- Subtenente Marcelo Luiz do Amaral
- Segundo sargento Diogo da Silva Souza
- Mais dois PMs não identificados
Os fatos ocorreram após um confronto entre PMs e suspeitos no complexo da Penha. Após cessar o tiroteio, um dos policiais recolheu um fuzil do chão, mas não houve registro formal da apreensão da arma. As imagens mostram o armamento sendo recolhido, mas sua destinação final não foi identificada pelas investigações.
Fora do estabelecimento comercial onde os PMs se dirigiram após o ocorrido, o sargento Diogo da Silva Souza sugeriu: "Tem que ir para um lugar deserto, colocar na caçamba", com Coutinho respondendo: "Eu vou montar é novamente". Souza então completou: "lá para cima, umas ruas desertas dessa aí".
Em nota oficial, a PM afirmou que "não compactua com possíveis desvios de conduta ou cometimento de crimes praticados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos". As investigações continuam sob responsabilidade da 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, com outros cinco PMs do Choque sendo alvos de busca e apreensão.