Quatro servidores denunciados por crimes em presídio gaúcho
O Ministério Público do Rio Grande do Sul formalizou denúncia contra quatro servidores da Polícia Penal por supostos crimes cometidos no Presídio Estadual de Getúlio Vargas, localizado na Região Norte do estado. A ação judicial foi encaminhada na segunda-feira, dia 24 de junho.
Quem são os acusados e quais as acusações
De acordo com as investigações, os denunciados incluem a ex-diretora da unidade prisional, o chefe de segurança e dois policiais penais. As identidades dos envolvidos não foram divulgadas oficialmente.
As acusações são específicas para cada um dos servidores:
- Um dos agentes penitenciários é suspeito de desviar alimentos, medicamentos, produtos de limpeza e utensílios da unidade entre 2016 e 2025
- O mesmo agente também teria comercializado medicamentos controlados, configurando tráfico de drogas
- Foram encontradas munições calibre .38 em sua residência
- A ex-diretora foi denunciada por condescendência criminosa e prevaricação
- Ela teria tentado impedir as investigações afastando policiais que denunciavam irregularidades
- Outro policial penal é acusado de influenciar a diretora para manter a omissão
- O chefe de segurança responde por peculato culposo devido a falhas na fiscalização
Modus operandi e períodos dos crimes
Segundo as investigações do Ministério Público, os desvios de materiais ocorriam durante a madrugada, quando os demais colegas de trabalho estavam dormindo. O esquema teria se prolongado por um extenso período, com início em 2016 e indo até 2025.
O agente penitenciário acusado dos desvios aproveitava o turno da noite para subtrair itens essenciais do presídio, incluindo produtos destinados à alimentação e saúde dos detentos.
Pedidos do Ministério Público
O MP solicitou à Justiça que os quatro servidores sejam responsabilizados criminalmente e que seja fixado um valor mínimo para reparação dos danos que não seja inferior a 20 salários mínimos.
A denúncia busca não apenas a punição dos envolvidos, mas também a compensação pelos prejuízos causados ao erário público e ao funcionamento adequado do sistema prisional.
O g1 tentou contato com a Polícia Penal do Rio Grande do Sul para obter posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno até o momento da publicação desta matéria.